Trecho de delação acusa Alckmin em meio a negociação para ser vice de Lula

Os supostos fatos teriam relação com os pleitos paulistas de 2010 e 2014, vencidos pelo então tucano

O ex-governador paulista Geraldo Alckmin. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Apoie Siga-nos no

Um ex-presidente da Ecovias declarou em abril de 2020, em uma delação premiada, que a empresa teria pago 3 milhões de reais em caixa 2 a campanhas do ex-tucano Geraldo Alckmin, provável vice de Lula (PT) nas eleições presidenciais deste ano.

A Ecovias administra o sistema Anchieta-Imigrantes, ligação entre a cidade de São Paulo e o litoral sul paulista.

Trechos da delação vieram à tona nesta terça-feira 15 em reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Como de praxe desde o advento da Lava Jato, não houve a publicação da íntegra do acordo de colaboração premiada.

A delação de Marcelino Rafart de Seras se refere a supostos episódios nos pleitos paulistas de 2010 e 2014, vencidos por Alckmin. No primeiro, o pagamento via caixa 2 seria de 1 milhão de reais; no segundo, de 2 milhões.

Nesta terça, integrantes da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público começam a ouvir investigados, após a homologação da delação pelo Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo.

A divulgação ocorre no momento em que Alckmin encaminha sua filiação a um novo partido, após deixar o PSDB, para ocupar o posto de vice na chapa encabeçada por Lula.


O petista continua a liderar as pesquisas de intenção de voto, o que faz de Alckmin, hoje, o favorito a ocupar o Palácio da Alvorada. Levantamento Quest/Genial publicado nesta terça mostra Lula com 18 pontos de vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) no principal cenário de primeiro turno.

O outro lado

Em nota, Alckmin afirmou que “não conhece os termos da colaboração, mas sabe que a versão divulgada não é verdadeira” e que “as suas campanhas eleitorais jamais receberam doações ilegais ou não declaradas”. Também declarou que “todas as contas foram efetuadas sob fiscalização da Justiça Eleitoral e do próprio MP”.

O favorito a ocupar a vice de Lula ainda disse lamentar que, “depois de tantos anos, mas em novo ano eleitoral, o noticiário seja ocupado por versões irresponsáveis e acusações injustas”. Afirmou, por fim, que “seguirá prestando contas para a sociedade e para a Justiça, como é dever de todos”.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.