Política

Terceira via só pode existir sem a presença de Lula ou Bolsonaro diz analista

Pesquisa Ipespe mostra que o petista continua como favorito, com 43% das intenções de voto

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O caminho para a terceira via alavancar diante de um cenário estável, revelado pelas pesquisas de intenções de voto para as eleições presidenciais, é a desistência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou do presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa. A avaliação é do professor de estatística da Unicamp e analista político Paulo Guimarães. “Sem a presença de um deles automaticamente o outro cairia para o seu potencial e abriria mais espaço para uma nova candidatura”, afirmou em entrevista ao Broadcast Político.

Segundo o especialista, em todas as pesquisas divulgadas, as somas das duas candidaturas giram em torno de 65% a 70%, tornando difícil o espaço para algum outro nome. “Dentre os 30-35% de votos restantes ainda existem os votos brancos e nulos”, ponderou.

Na avaliação de Guimarães, diante da alta rejeição enfrentada pelo atual chefe do Executivo, as eleições presidenciais deste ano serão guiadas por um campo vencedor antibolsonaro, diferentemente da disputa de 2018, quando ainda predominava o antipetismo. “Hoje o ódio ao Bolsonaro é bem maior que o ódio ao nome de Lula”, disse.

Portanto, para conseguir destaque neste cenário polarizado, “essa terceira via teria que se colocar nesse campo, e tomar muito cuidado para não acabar fazendo campanha para o Lula”, explicou o professor, reforçando que esse cenário se repetiu nas eleições de 2018, quando o então pré-candidato à presidência Geraldo Alckmin (sem partido) atacou o PT e alavancou ainda mais Bolsonaro.

Além disso, segundo Guimarães, a presença de apoiadores é outro fator fundamental para superar o teto e ganhar destaque. “Os (apoiadores) mais importantes são os governadores ou candidatos ao governo. São eles que fazem palanque pros presidenciáveis, e não o contrário”, afirmou.

Pesquisa

Pesquisa Ipespe divulgada nesta sexta-feira 11 mostra que o ex-presidente Lula continua como favorito, com 43% das intenções de voto no cenário estimulado do levantamento. Bolsonaro aparece na sequência, com 25%. Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) mantiveram-se empatados com 8%.

João Doria (PSDB) aparece com 3% das intenções. Já André Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB) aparecem com 1% cada um. Rodrigo Pacheco (PSD), Alessandro Vieira (Cidadania) e Luiz Felipe DÁvila (Novo) ficam abaixo disso.

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