Política

Temer escolhe Raquel Dodge para o lugar de Janot na PGR

A procuradora já era cotada com favorita por ser aliada a importantes nomes aliados a Temer

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O presidente Michel Temer escolheu a procuradora Raquel Dodge para o comando da Procuradoria Geral da República (PGR). Ela assumirá o posto em setembro, quando se encerra o mandato do atual procurador-geral, Rodrigo Janot. Raquel ainda será submetida a aprovação do Senado.

Raquel Dodge ficou em segundo lugar na votação dos membros do Ministério Público que fechou a lista tríplice sugerida a Temer. Ela já era apontada como favorita e, embora defenda que a Lava Jato precisa ser célere, não é considerada uma crítica ferrenha de Temer. 

Raquel já contava com forte apoio de três peemedebistas: o ex-presidente José Sarney, o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (AL) e o ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PR). Em 2015 ela ficou em terceiro lugar na lista tríplice.

Apesar de ser a preferida de aliados do PMDB para ocupar a vaga de Rodrigo Janot, a subprocuradora Raquel Dodge não é a favorita do presidente Michel Temer. Ele teria uma ligeira preferência pelo subprocurador Mário Bonsaglia, que ficou em terceiro lugar na votação, que faz críticas pontuais à gestão de Janot.

Mas, fragilizado pelo inquérito em que é investigado por corrupção, organização criminosa e obstrução de justiça, o presidente estaria disposto a ceder à pressão dos aliados que, até aqui, têm sido essenciais para a permanência dele no cargo.

Na avaliação de interlocutores de Temer, segundo o jornal O Globo, Raquel não teria a mesma combatividade de Janot mas, para o presidente, guardaria ainda um certo grau de imprevisibilidade.

O mais votado da lista foi o vice-procurador Eleitoral, Nicolao Dino, mas já era sabido que, como forte crítico do governo Temer e apontado como o mais alinhado a Janot, ele não seria o escolhido.

Lista tríplice

A Constituição dá ao presidente a prerrogativa de escolher um nome entre todos os integrantes do MPF com mais de 35 anos de idade. Mas, desde 2001, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) organiza uma eleição entre os membros da carreira e submete ao presidente os três nomes mais votados.

Em 2001, Fernando Henrique Cardoso ignorou a lista e reconduziu à PGR Geraldo Brindeiro. A partir de 2003, com Lula, os presidentes têm nomeado o primeiro da lista. Foi assim em 2015, quando Dilma Rousseff reconduziu Janot.

Havia a expectativa de que Temer não seguiria a tradição, como ocorreu, já que a escolhida ficou em segundo lugar na votação da ANPR. Esta é a primeira vez em 14 anos que o presidente não escolhe o candidato que recebeu o maior número de votos.

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