Política

Tebet: O futuro de Bolsonaro depende do que descobrirmos nos sigilos de 100 anos

Senadora e candidata ao Planalto em 2022, ela também destacou necessidade de enfrentar a extrema-direita no País

Foto: Marcelo Camargo/ABR
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A senadora Simone Tebet, que concorreu ao Planalto em 2022 pelo MDB, aposta na queda dos sigilos de 100 anos – prometida por Lula – como uma forma de enfraquecer a liderança de Jair Bolsonaro entre os eleitores e políticos de direita. A declaração foi dada em entrevista à revista IstoÉ publicada nesta sexta-feira 18.

“O futuro dele [Bolsonaro] depende do que descobriremos nos sigilos de 100 anos, do destrinchamento de esquemas de corrupção, dos desfechos do relatório da CPI da Covid, que identificou uma série de irregularidades na condução da pandemia, da confirmação das suspeitas em relação a ele e à família”, destacou. “Em havendo confirmação das denúncias de corrupção, ele sofrerá desgaste.”

Segundo ela, a leitura se dá porque parte da população que se opôs a Lula só apoiou Bolsonaro por ter a sensação de que o PT estaria ligado à corrupção. Para ela, portanto, havendo a confirmação de que o ex-capitão e seus familiares são corruptos, a força demonstrada por Bolsonaro, que teve 58 milhões de votos, tende a reduzir drasticamente.

“Lembremos que grande parte da população não queria votar em Lula porque enxerga vínculos entre o PT e a corrupção. […] Isso é decisivo para uma parcela da população. Você tem uma parcela da população que não passa necessidade, que não passa fome. [É] Uma classe média muito antenada com o que acontece no dia a dia da política e que de forma correta, a meu ver, não tolera corrupção”, justifica.

Na conversa, Tebet destaca ainda a necessidade de seguir enfrentando a extrema-direita para além de Bolsonaro e analisa ainda a motivação de eleitores que se prostram em frente aos quartéis pedindo por um golpe militar para depor Lula.

“Liderada por Bolsonaro, a extrema direita saiu do gueto, do anonimato, do discurso envergonhado das bolhas das redes, para, lamentavelmente, se expor à luz sem nenhuma vergonha dos absurdos e retrocessos civilizatórios que defende. São retrocessos que precisam ser combatidos diariamente por todos os partidos democráticos do Brasil”, defende a senadora. “Teremos muito trabalho. Mas com moderação, equilíbrio e diálogo e sem um gabinete do ódio financiando fake news, não tenho dúvidas que conseguiremos diminuir o espaço que eles hoje ocupam”.

Sobre os atos golpistas, ela diz ver o movimento como fruto de uma ‘ignorância política’. “Há toda uma geração que nasceu pós-ditadura e não tem noção do que pede. Quando eles reivindicam a intervenção militar, não percebem que estão pedindo para viver num país onde qualquer um pode ser preso sem direito a habeas corpus, advogado ou a sair vivo da cadeia. Quando pedem intervenção militar, mal sabem que estão pedindo para não ter eleição para presidente da República ou liberdade de expressão.”

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