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Suspeito de pedir propina seria demitido em 2020, mas pressão política o segurou
Suspeita pairou sobre Roberto Dias em caso de irregularidades na compra de 10 milhões de kits de testagem


O ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias seria demitido da pasta pelo então ministro Eduardo Pazuello em outubro de 2020, mas permaneceu no cargo após um movimento de pressão política.
A informação, revelada pela rádio CBN nesta quinta-feira 1, se refere à situação de Dias após a publicação de uma reportagem que colocava sob suspeita um contrato para a compra de 10 milhões de kits para testagem de Covid-19.
A suspeita no contrato de 133 milhões de reais foi, à época, apresentada pelo Tribunal de Contas da União. Um relatório produzido pela Secretaria de Controle Externo da Saúde do TCU apontou “diversas alterações na especificação do objeto a ser contratado” ao longo do processo de compra.
Segundo a reportagem, quem intercedeu pela permanência de Roberto Dias no cargo foi o então presidente do senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que teria conversado diretamente com o presidente Jair Bolsonaro.
Dias acabou sendo exonerado na quarta-feira 30, após um suposto esquema de pedido de propina para a compra de vacinas.
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