Investigado por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso e investigado pela Polícia Federal na operação Lava Jato, o vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), pediu licença não-remunerada de 60 dias para tratar de “interesses particulares”.
A decisão acontece após a revista Veja publicar uma reportagem segundo a qual o deputado foi flagrado pela PF em conversas telefônicas dizendo que iria ajudar o doleiro, acusado de lavagem de dinheiro, remessa ilegal de dólares e financiamento de tráfico de drogas. Segundo as conversas, a ajuda iria garantir a “independência financeira” dos dois. A conversa foi divulgada após o jornal Folha de S.Paulo revelar que o deputado petista usou o jatinho do doleiro para viajar nas férias para a Paraíba.
Pouco antes, a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara havia decidido arquivar o pedido protocolado na semana passada pelo PSOL para que fosse aberta uma investigação contra Vargas. De acordo com a assessoria da Mesa, a decisão foi motivada por requisitos regimentais, com falta de detalhamento no ofício entregue pelo partido, e não indica qualquer indisposição da Casa em averiguar os fatos.
O PSOL informou que vai refazer o pedido, mas ainda não definiu em que formato o novo documento será entregue. Na tarde de segunda-feira 7 parlamentares da legenda vão definir se reapresentarão um ofício com mais detalhes sobre as investigações ou uma representação com argumentos e provas para que a Corregedoria da Casa comece a investigar o caso.