Política
Suspeito de entregar bomba que feriu cinegrafista se apresenta à polícia
Universitário disse ter encontrado o artefato no chão, entregando-o para uma segunda pessoa, que o teria acendido
A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou neste sábado 8 que um homem envolvido na ação que feriu o cinegrafista Santiago de Andrade, da Rede Bandeirantes de Televisão, no último dia 6, se apresentou, durante a madrugada, na 16ª Delegacia de Polícia (DP), na Barra da Tijuca, onde negou sua participação no crime. Ele é o estudante universitário Fábio Raposo e trabalha como tatuador. No depoimento, Fábio alegou ter encontrado o artefato no chão, entregando-o para uma segunda pessoa, que o teria acendido.
O cinegrafista ferido cobria uma manifestação popular de protesto na Central do Brasil, contra o aumento da passagem de ônibus de R$ 2,75 para R$ 3, que começou a vigorar neste sábado (8), e acabou ferido por uma bomba identificada pela polícia como sendo do tipo rojão de vara. Ele permanece em coma induzido no Hospital Municipal Souza Aguiar, em estado muito grave, segundo boletim liberado hoje pela manhã.
Segundo o delegado Maurício Luciano de Almeida, titular da 17ª DP, em São Cristóvão, ao ver que foi gravado em imagem feita pela TV Brasil pouco antes de o cinegrafista ser atingido, o rapaz identificado durante a manifestação trajando uma bermuda preta e tendo uma tatuagem na panturrilha resolveu se apresentar espontaneamente à polícia. As informações do delegado, responsável pelas investigações do caso, foram exibidas hoje pelo Jornal Globonews.
Na reportagem, o delegado disse que, embora o rapaz tenha negado participação, as imagens fornecidas pela TV Brasil mostram que os dois atuavam em conjunto durante o protesto e que ambos serão responsabilizados pelos mesmos crimes: tentativa de homicídio e por crime de explosão.
O rapaz foi liberado por ter se apresentado à delegacia espontaneamente e por não ter havido flagrante. O próximo passo das investigações será analisar as imagens da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio), da SuperVia e do Comando Militar do Leste (CML) para tentar encontrar a fisionomia do suspeito que acionou a bomba. Na próxima segunda-feira (10), está programado o depoimento à polícia do fotógrafo do jornal O Globo que afirma ter visto o momento exato em que o principal suspeito deflagrou o rojão que feriu o cinegrafista.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.