Entrevistas
‘Superbloco’ na Câmara consolida o poder de Arthur Lira, diz Sâmia Bomfim
Em entrevista a CartaCapital, a deputada federal avaliou possíveis impactos do novo movimento do presidente da Câmara
O anúncio da formação de um “superbloco” na Câmara consolida o poder de influência do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e aumenta o peso de sua “chantagem” sobre o governo, segundo avaliação da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
Em entrevista ao programa Direto da Redação, no canal de CartaCapital no YouTube, nesta sexta-feira 14, a parlamentar afirmou que o novo arranjo dá mais poderes para escolher e organizar ocupantes de postos estratégicos, como relatorias de projetos importantes.
“Esse superbloco consolida ainda mais o poder do Arthur Lira”, declarou. “Aumenta a lógica da chantagem sobre o governo federal. É a lógica do fisiologismo se sobrepondo a ideias e a projetos de transformação real para o povo.”
Bomfim mencionou como uma das consequências do poder de Lira a mudança na relatoria do Minha Casa Minha Vida, que ficaria com Guilherme Boulos (PSOL-SP) e agora está nas mãos do União Brasil.
Além disso, ela disse crer que Lira já está de olho na eleição para a presidência da Câmara em 2025, na qual pretende lançar Elmar Nascimento (União-BA).
O superbloco reúne 173 deputados, entre os 513 da Câmara, e agrega União Brasil, PP, a federação PSDB-Cidadania, Avante, Patriota, Solidariedade, PSB e PDT.
Para Bomfim, a participação do PSB e do PDT no superbloco tem relação com as baixas nas últimas eleições: o PSB elegeu apenas 14 deputados em 2022, menos da metade da bancada de 2018, enquanto o PDT perdeu nove cadeiras.
“Nem sempre o que define a composição desses blocos é o alinhamento ideológico. Muitas vezes é a disputa de espaço. Tanto o PSB, como o PDT, reduziram as suas bancadas”, destacou a deputada.
A entrevista está disponível na íntegra no YouTube.
Mariana Serafini
Repórter da edição semanal de 'CartaCapital'
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