Política

STF deve encerrar hoje julgamento dos recursos do “mensalão”

Procuradoria-Geral da República pode pedir a prisão imediata dos 11 réus condenados a regime fechado

STF deve encerrar hoje julgamento dos recursos do “mensalão”
STF deve encerrar hoje julgamento dos recursos do “mensalão”
Ministros do STF em sessão para julgamento dos embargos de declaração, recursos usados para corrigir omissões ou contradições no texto final
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O Supremo Tribunal Federal (STF) deve terminar nesta quinta-feira 5 o julgamento dos embargos de declaração dos 25 condenados na Ação Penal 470, o processo do “mensalão”. Serão julgados os dois últimos recursos que estão pendentes: do ex-assessor do PP João Claudio Genu e do advogado Rogério Tolentino, ligado ao publicitário Marcos Valério. Terminada esta fase, os ministros vão analisar se cabem os embargos infringentes, recursos que podem levar a um novo julgamento.

O julgamento de Genu, condenado a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro, foi interrompido duas vezes por pedidos de vista de ministros que preferiram verificar a redução da pena. O plenário analisa se o ex-assessor do PP teve atuação menor em relação aos réus Pedro Corrêa (ex-deputado federal) e Pedro Henry (deputado federal), ambos ligados ao partido.

De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, Genu e os demais acusados ligados ao PP receberam R$ 2,9 milhões das empresas de Marcos Valério, considerado o operador financeiro do esquema.

O último réu que terá recurso analisado será Rogério Tolentino, advogado ligado a Valério. Tolentino foi condenado a seis anos e dois meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção.

Após a análise dos embargos de declaração, o Supremo vai analisar a possibilidade de novo julgamento por meio do recurso conhecido como embargo infringente. Embora esse tipo de recurso esteja previsto no Regimento Interno do STF, uma lei editada em 1990 sobre o funcionamento de tribunais superiores não faz menção ao uso da ferramenta na área penal. Para alguns ministros, isso significa que os embargos infringentes foram revogados.

O embargo infringente permite novo julgamento quando há pelo menos quatro votos pela absolvição. A situação atende a pelo menos 11 réus: João Paulo Cunha, João Cláudio Genu e Breno Fischberg (no crime de lavagem de dinheiro); José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Kátia Rabello, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz e José Salgado (no de formação de quadrilha).

De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, caso a Corte decida que esse tipo de recurso não é válido, a Procuradoria-Geral da República promete pedir a prisão imediata dos 11 condenados a regime fechado.

“Vamos aguardar. Se estiver tudo terminado, faremos isso [renovar pedido de prisão], com certeza”, disse ao jornal a procuradora-geral interina da República, Helenita Acioli, sobre os réus condenados a regime fechado.

Em dezembro, Barbosa negou pedido de prisão de réus feito pelo então procurador-geral, Roberto Gurgel. Na época, no entanto, os recursos não haviam sido apresentados.

*Com informações da Agência Brasil

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