Política
Grande São Paulo acumula 800 ataques a ônibus; polícia ainda busca respostas
Os investigadores afastaram a hipótese de que o crime organizado estaria por trás do vandalismo
Há cerca de um mês e meio, a Grande São Paulo é alvo de ataques frequentes a ônibus de transporte coletivo. 800 veículos foram vandalizados em 27 cidades, desde o dia 1º de junho até esta quinta-feira 17.
Só na capital, os casos chegam a 506. Entre a noite de quinta-feira 17 e a madrugada desta sexta-feira, 25 novos casos foram registrados, segundo a Segundo a SPTrans.
Até o momento, o maior número de casos aconteceu no dia 7 de julho, quando houve 59 casos do tipo na capital.
Os ataques seguem um padrão: alguém atira uma pedra contra o veículo, atraindo a atenção do motorista e dos passageiros.
Na segunda-feira 14, a Polícia anunciou a prisão de um oitavo suspeito de cometer os ataques. Um homem de 38 anos foi preso em flagrante ao apedrejar um ônibus na Brasilândia, zona norte da capital.
Apesar das prisões, as motivações para os ataques ainda não estão claras. Os investigadores afastaram a hipótese de que o crime organizado estaria por trás dos ataques. Outra possibilidade sob análise é que os atos estejam ligados a desafios de internet, já que adolescentes teriam participado de alguns dos episódios. Há ainda a hipótese de a onda de violência ter como pano de fundo brigas entre empresas de ônibus.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) já criticou a falta de respostas. “O que a gente pode ter certeza é de que está demorando. Reconheço e faço uma crítica à Polícia Civil, porque quando a gente tem de elogiar, tem de elogiar, mas também quando tem de criticar, tem de criticar, e está demorando”, disse à GloboNews.
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