Política

SP: Secretário do clima pede demissão após dizer que ‘planeta se salva sozinho’ do aquecimento global

A decisão de Pinheiro Pedro foi tomada após uma reunião com o prefeito Ricardo Nunes. A saída deve ser publicada no Diário Oficial desta sexta 14

Antônio Fernando Pinheiro Pedro, secretário do clima em São Paulo. Foto: Reprodução
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O secretário-executivo de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo, Antônio Fernando Pinheiro Pedro, pediu demissão nesta quinta-feira 13, após ganharem força nas redes sociais suas afirmações de que o planeta “se salva sozinho” do aquecimento global e que as razões para o aumento da temperatura na Terra são de ordem “geológica, cósmica e solar”.

As declarações foram concedidas durante o lançamento do Fórum Permanente de Mudanças Climáticas e Desastres Ambientais, realizado pela seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil.

A decisão sobre a exoneração foi tomada após uma reunião com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e a saída deve ser publicada no Diário Oficial desta sexta 14.

A prefeitura paulistana informou que Tamires Carla de Oliveira, atual chefe de Gabinete da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, ocupará o cargo interinamente.

Em nota, Pinheiro Pedro argumentou que “nada do que foi dito se enquadra no contexto ‘negacionista’ impingido de forma difamatória nas redes sociais”.

“Muito menos a ação efetiva da gestão se enquadra nesse conflito artificialmente criado. Fui vítima de um crime: DIFAMAÇÃO. Tenho quatro décadas de trabalhos dignos desenvolvidos em prol do meio ambiente de da construção da própria legislação ambiental e do clima”, diz o texto.

Na declaração a gerar a polêmica, o agora ex-secretário alegava que “o planeta não será salvo por nós” e que “ninguém salva o planeta Terra, geralmente ele se salva sozinho”.

“Ele o faz há 4,3 bilhões de ano e muda o clima em todo esse período”, prosseguiu. “Nós somos parte do problema para a vida na Terra neste momento, mas a nossa solução é muito pequena.”

As afirmações geraram uma discussão acalorada e a postura de Pinheiro foi classificada como negacionista. A procuradora federal Georgia Sena Martins, doutora em geociência pela Universidade Estadual de Campinas, disse que as declarações eram “um rosário de besteiras”.

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