“Sou imbrochável”, diz Bolsonaro ao negar preocupação com reeleição

O presidente também mandou um recado ao ministro Onyx Lorenzoni e defendeu o chefe da Secom, que está sob investigação da PF

O presidente Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega / PR)

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Em seu já tradicional bate-papo com apoiadores e imprensa na saída do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira 6 que não está preocupado com reeleição. “Não vou brochar para atender vocês”, disse, se dirigindo aos jornalistas. E emendou: “Sou imbrochável.”

O presidente também mandou um recado ao ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, que passa por um momento de instabilidade no governo a partir de uma sequência de fatores, como o esvaziamento da pasta e o mal-estar com a dupla demissão do número 2 da Casa Civil, José Vicente Santini, após uso de um avião da FAB para viajar à Suíça e garantir sua participação no Fórum Econômico Mundial em Davos.

Outro fator, segundo matéria do jornal Folha de S.Paulo, são os indícios de favorecimento ao reduto eleitoral do ministro da Casa Civil, como encontros recorrentes com representantes políticos do Rio Grande do Sul, estado que elegeu Lorenzoni para a Câmara dos Deputados nas eleições de 2018. “Qualquer ministro que queira usar o ministério para, em vez de atender ao Brasil, atender ao seu estado ou ao seu município está fadado a levar um cartão vermelho”, disse Bolsonaro.

 

A permanência de Onyx Lorenzoni no governo passou a ser uma questão após o esvaziamento da Casa Civil pelo próprio Bolsonaro, que tirou da pasta o Programa de Parceria de Investimento (PPI), agora nas mãos do ministro da Economia, Paulo Guedes. Também não está mais com a pasta a Subchefia para Assuntos Jurídicos (SAJ), braço responsável por analisar a viabilidade jurídica dos atos assinados pelo presidente. Competência da Casa Civil em governos anteriores, a SAJ foi transferida à Secretaria-Geral.

Na saída do Alvorada, o presidente voltou a defender o chefe da Secom, Fabio Wajngarten, alvo de um inquérito da Polícia Federal que investiga denúncias de corrupção passiva, peculato e advocacia administrativa. “O que está de errado no Wajngarten até agora? Não vi nada de errado”, disse. Não é a primeira vez que Bolsonaro blinda o seu chefe da comunicação. Nesta quarta-feira 5, o presidente reiterou que o posto de trabalho do secretário está garantido. “Muda o disco. Wajngarten continua mais firme do que nunca”, disse à jornalistas.


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