Política

Soraya Thronicke e Mara Gabrilli indicaram R$ 114,4 milhões via orçamento secreto, diz jornal

A candidata à Presidência apadrinhou R$ 95,2 milhões, enquanto a vice de Tebet indicou R$ 19,2 milhões, segundo O Estado de S.Paulo

Soraya Thronicke e Mara Gabrilli. Fotos: Miguel Schincariol/AFP e Marcos Oliveira/Agência Senado
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A candidata do União Brasil à Presidência, Soraya Thronicke, e a postulante à vice-Presidência na chapa de Simone Tebet (MDB), Mara Gabrilli (PSDB), indicaram mais de 114 milhões de reais em emendas do orçamento secreto desde 2020. A informação é do jornal O Estado de S.Paulo.

Thronicke, senadora por Mato Grosso do Sul, indicou 7,9 milhões em 2020, 45,6 milhões em 2021 e 41,7 milhões até agosto deste ano, conforme as planilhas obtidas pelo veículo. Os dados constam de documentos enviados pela parlamentar ao Supremo Tribunal Federal, que cobrou transparência nas indicações.

Apenas para Dourados foram 9,4 milhões de reais em 2020 e 2021, em obras como drenagem, pavimentação asfáltica e sinalização de ruas. Thronicke foi a mais votada no município para o Senado em 2018.

A senadora Mara Gabrilli, por sua vez, indicou 19,2 milhões de reais em 2020, de acordo com os documentos encaminhados ao STF. 19 municípios teriam recebido as verbas para bancar postos de saúde e hospitais.

Ao Estadão, Soraya Thronicke disse que “não deixaria de levar recursos” para o Mato Grosso do Sul. “O que fiz foi dar transparência. Nenhuma das indicações que faço são secretas, dou publicidade a todos os recursos que destino para as políticas públicas do meu estado. Defendo que haja transparência em todos os atos públicos, principalmente no que tange dinheiro público.”

Mara Gabrilli afirmou que as emendas foram destinadas a saúde, educação e inclusão social em 2020, no auge da pandemia. “Simone e Mara, ambas senadoras, dividem o mesmo posicionamento sobre a gravidade que é permitir as emendas de relator e seu mau uso político.”

O orçamento secreto é um mecanismo pelo qual ocorre a liberação de verbas federais para deputados e senadores sem transparência. Os repasses recebem o carimbo do relator-geral do Orçamento no Congresso Nacional, a chamada RP-9. Assim, há dificuldade para identificar o verdadeiro padrinho das emendas que chegam a redutos eleitorais. Trata-se, também, de um instrumento para o governo de Jair Bolsonaro (PL) obter apoio parlamentar, por meio da liberação de verbas para aliados.

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