Sob pressão no Turismo, Daniela apresenta a Lula plano de ações para os próximos meses

A ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União-RJ), apresentou nesta terça-feira 13 ao presidente Lula um cronograma de ações a serem executadas pela pasta nos próximos meses.

A presença de Daniela no cargo, porém, é incerta. Após uma reunião com Lula nesta manhã, ela ganhou sobrevida, mas uma mudança no Turismo não está descartada. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também esteve no encontro.

Depois da agenda, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que a pauta foi marcada pela “situação política” e que Daniela participará, nesta quinta-feira 15, de uma reunião ministerial comandada por Lula.

“Apresentei ao presidente Lula alguns dos projetos e ações do Ministério do Turismo para os próximos meses. Seguimos juntos no trabalho para fortalecer o turismo como vetor de desenvolvimento econômico e social do nosso Brasil”, escreveu a ministra nas redes sociais.

A troca era dada como certa nos últimos dias e decorreria de uma pressão exercida pelo União Brasil. Escolhida após articular o apoio a Lula na Baixada Fluminense no segundo turno, Daniela está em vias de deixar o União e se filiar a outra legenda – possivelmente o Republicanos, embora seu presidente, Marcos Pereira, negue a intenção de compor a base do governo.

O mais cotado para assumir o Turismo em caso de troca é o deputado Celso Sabino (União-PA), próximo ao presidente da sigla, Luciano Bivar, e ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Nas últimas semanas, parlamentares do União deixaram circular sinais de que veem com bons olhos a modificação.

Na segunda-feira 12, Padilha reconheceu a tentativa do União Brasil de “reformular” sua participação na Esplanada dos Ministérios.

“É absolutamente natural um partido querer apresentar isso”, disse o petista. “Não apresentou nada espeicficamente sobre um ministro, mas está na pauta discutir com o União Brasil essa reformulação.”

Horas antes, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (Republicanos), declarou que a demissão de Daniela, sua esposa, seria “muito ruim”.

Waguinho afirmou ainda que ele e Daniela pagaram “um preço muito caro” por apoiar Lula em um “território totalmente bolsonarista”.

“É muito ruim trocar uma mulher, evangélica e mais votada no Rio de Janeiro, que defendeu Lula num estado bolsonarista. Pior é colocar um homem – e ainda por cima bolsonarista – no lugar. Esta troca não está certa”, disse o prefeito à GloboNews.