Duas emas da Presidência da República morreram neste mês vítimas de excesso de gordura visceral, abdominal e no fígado. Os animais estavam na Granja do Torto, uma das residências oficiais ocupada até o meio de dezembro pelo ex-ministro Paulo Guedes.
Após assumir os palácios destinados à presidência, o novo governo solicitou, a pedido da primeira-dama Janja da Silva, que houvesse uma avaliação dos animais espalhados pelas residências. De acordo com o relatório, a maioria apresentava “bom estado geral de saúde”, mas estava em instalações inadequadas, sem acompanhamento veterinário e alguns eram alimentados com restos de comida.
Segundo o UOL, a gestão Bolsonaro destinou apenas um terço do orçamento anual necessário para a manutenção dos animais. A informação entra em desacordo com o que foi dito por Bolsonaro em 2021, quando afirmou que gastos elevados no cartão corporativo teriam sido feitos para a alimentação das emas e dos peixes do lago da residência oficial.
O laudo final sobre as mortes ainda não está disponível, mas técnicos que acompanharam a avaliação e a autópsia dos animais afirmam que a morte súbita “fecha com o quadro de doenças cardíacas e hepáticas desencadeadas pelo mau manejo alimentar durante os últimos anos”.
A suspeita é de que a mistura, que envolvia principalmente arroz e milho junto à ração, havia sido adotada em razão da baixa quantidade de ração disponível. O gasto estimado de ração para a manutenção dos animais nos palácios é de 20 mil grãos por ano, no entanto, em 2022 foi destinado apenas 7 mil.
Durante a gestão Bolsonaro, as “emas do palácio” ganharam destaque ao viralizar uma imagem em que o ex-capitão exibia uma caixa de cloroquina aos animais em meio a sua campanha pelo medicamento ineficaz no trato da Covid-19.
Alguns dos animais foram transferidos para o Zoológico de Brasília devida a falta de instalação adequada nos palácios. São eles: 4 papagaios, 3 araras-canindé, 2 pavões, 1 periquito e 1 pássaro preto.
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