Sob a batuta de Araújo, Itamaraty oferece curso de ‘globalismo’

Evento na Fundação Alexandre de Gusmão, ligada ao Itamaraty, vai debater ideias conspiratórias sobre a fundação de 'novo governo mundial'

O chanceler do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo (Foto: Divulgação)

Apoie Siga-nos no

Sob a batuta de Ernesto Araújo, o Itamaraty vem mudando completamente a maneira de encarar a política externa brasileira. Uma fundação ligada à entidade vai sediar no mês que vem uma palestra sobre globalismo. O chanceler será um dos palestrantes.

Além de Araújo, participam outros nomes da direita como Filipe Martins, o americano Chris Burskirk e Alexandre Costa, autor de dois livros sobre a “Nova Ordem Mundial”.

Os cruzados do anti-globalismo acreditam que há uma conspiração de banqueiros, multinacionais e ONGs que querem quebrar barreiras e mudar os valores da sociedade. Em seu blog, o chanceler definiu o globalismo como “a globalização econômica que passou a ser pilotada pelo marxismo cultural”. Os outros palestrantes corroboram a tese.

Costa, em seus livros, atribui a tal nova ordem mundial a quatro protagonistas: o movimento comunista internacional, o império russo-chinês, o islã e o globalismo internacional.


Buskirk edita um jornal chamado American Greatness, cuja missão é se tornar “a voz principal da próxima geração do conservadorismo americano”, e é um apoiador de Donald Trump, grande responsável pela popularização do termo.

Martins é um dos mais destacados olavistas dentro do governo. Ao contrário do chanceler Ernesto Araújo, não tem nenhuma ligação formal com o Itamaraty. É, na verdade, assessor especial de Bolsonaro para assuntos internacionais, uma espécie de ‘chanceler paralelo’: se reúne com figurões internacionais e é sempre visto ao lado do presidente em viagens importantes.

Aos poucos, ele vem ocupando espaços dentro do Itamaraty. Martins deu uma aula no Instituto Rio Branco, instituição que forma os quadros da chancelaria brasileira. Também participou de um episódio do podcast oficial da instituição.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.