Política

Situação do coronavírus no Amazonas gera crise com Colômbia

O cidade de Letícia, que faz fronteira com o AM, está em lockdown por registrar a maior taxa de infecção da Colômbia

Situação do coronavírus no Amazonas gera crise com Colômbia
Situação do coronavírus no Amazonas gera crise com Colômbia
Presidente da República, Jair Bolsonaro durante reunião Bilateral com o Presidente da Colômbia, Iván Duque. ( Foto: Alan Santos/PR)
Apoie Siga-nos no

Autoridades da Colômbia e do Brasil vão discutir na sexta-feira a crise na fronteira amazônica, atingida pela pandemia do novo coronavírus, disse nesta quinta-feira 14 o presidente colombiano, Iván Duque.

“Estamos em uma situação que pode se tornar crítica, dadas as diferenças que temos na abordagem do ponto de vista do controle epidemiológico, como é o caso do Brasil”, afirmou o presidente colombiano em um programa oficial de televisão.

Duque assegurou que participarão da reunião os chanceleres e os ministros da Defesa e da Saúde dos dois países, que buscarão afinar “políticas na região fronteiriça”. “Acho que isto será extremamente importante”, acrescentou o presidente, sem informar o meio que os funcionários vão usar para se comunicar.

O Amazonas colombiano é o departamento (estado) com maior taxa de infecção do país, com mais de 90 pessoas contagiadas por 10.000 habitantes. Os primeiros casos detectados em Letícia, a capital do departamento, foram importados do Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro tem minimizado a gravidade da doença e contesta as medidas de confinamento.

No Brasil, o estado do Amazonas é um dos mais afetados proporcionalmente, com mais de 300 mortos por milhão de habitantes, praticamente o dobro de São Paulo, epicentro da doença no país, segundo o Ministério da Saúde.

Autoridades de controle e médicos têm denunciado a precariedade do sistema de saúde em Letícia, onde vivem mais de 76.000 pessoas, que dispõem de um único hospital público.

‘Lockdown’ na fronteira

Duque ordenou nesta quinta-feira o fechamento total (‘lockdown’) de Letícia – exceto para atividades essenciais, como serviços de saúde e abastecimento – até 30 de maio para tentar controlar o surto, que nesta localidade pobre e de maioria indígena, já deixou 30 mortos e 924 contagiados.

“Ordena-se o fechamento de todas as atividades, com exceção das estritamente necessárias para a saúde, o abastecimento e os serviços essenciais”, escreveu a ministra do Interior, Alicia Arango, no Twitter.

O governo colombiano determinou na terça-feira aumentar a presença militar para controlar as porosas fronteiras com o Brasil e o Peru na Amazônia. O foco alcançou, inclusive, a superlotada prisão do departamento, onde foram reportados pelo menos 89 detentos infectados dos 181 presos do local, segundo uma fonte da instituição.

A Colômbia, com 525 falecidos e 13.600 infectados, mantém a maioria de sua população confinada desde 24 de março, duas semanas depois de o primeiro caso ter sido detectado. A ordem de confinamento vigorará, a princípio, até 25 de maio.

O governo colombiano determinou na terça-feira o aumento da presença militar para controlar as porosas fronteiras com o Brasil e o Peru na Amazônia.

O Brasil é um dos países mais mais afetados do mundo pela pandemia, com quase 13.993 mortos e 202.918 casos confirmados, segundo dados oficiais. Especialistas consideram que estas cifras estão muito abaixo dos números reais, devido à falta de testagem.

A Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) informou na terça-feira que vê com “preocupação” a propagação do novo coronavírus no país e urgiu as autoridades a continuar contendo o seu avanço.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo