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Sindicato do IBGE ameaça judicializar fundação criada pela gestão Pochmann
Além do chamado ‘IBGE+’, a crise interna motivada pelo fim do teletrabalho integral e a transferência de parte dos servidores a outro imóvel
O Assibge-SN, sindicato que reúne os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, planeja acionar a Justiça para barrar a fundação pública de direito privado chamada IBGE+ (conhecida como IBGE Paralelo), criada pelo presidente do instituto, Marcio Pochman, em julho.
A iniciativa foi anunciada nesta terça-feira, durante protesto realizado no Rio de Janeiro pela direção da entidade. “Nós vamos entrar na Justiça pedindo a suspensão da fundação em breve. Contratamos um escritório [de advocacia] especialista nessa situação e vamos entrar com ação”, afirmou Antonio da Matta, diretor do Assibge-SN.
Os sindicalizados realizaram uma manifestação no evento de apresentação da Pesquisa de Orçamentos Familiares, que deve ir a campo em novembro.
Cerca de 30 pessoas acompanharam a divulgação realizada na Casa Brasil IBGE, no prédio do ministério da Fazenda no Rio. Durante o ato, os servidores gritaram frases de protesto e ergueram cartazes com mensagens pedindo por mais diálogo e críticas à Fundação IBGE+, como “IBGE merece é + Respeito”; e “IBGE nem + nem –”; “IBGE é órgão de Estado”.
A manifestação envolve o incômodo do Assibge-SN com a criação da fundação, que só foi comunicada aos funcionários no dia 9 de setembro através da intranet da instituição. O sindicato diz que a divulgação se deu “de maneira panfletária e superficial”, sem informação sobre o estatuto.
Além do IBGE+, a crise interna no instituto é motivada por outros dois temas: o fim do teletrabalho integral; e a transferência de parte dos servidores de um prédio alugado no centro do Rio para edifício em bairro da zona sul do Rio com dificuldade de acesso por transporte público.
Pochmann deveria participar do evento desta terça-feira para apresentar a Pesquisa de Orçamentos Familiares, mas não compareceu à coletiva por causa de “problemas de agenda”, segundo a assessoria de imprensa do IBGE.
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