Política

Simone Tebet aponta erros crassos de inglês e sugere fraude em documento apresentado por Onyx

‘Como ninguém visualiza um documento fajuto como esse?’, questionou a senadora na CPI da Covid

Foto: Reprodução/TV Senado
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A senadora Simone Tebet (MDB-RS) apontou, na sessão desta terça-feira 6 da CPI da Covid, indícios de fraude em um documento apresentado à imprensa pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, e pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni.

Em 23 de junho, Franco e Lorenzoni fizeram um pronunciamento para rebater as acusações do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) sobre indícios de irregularidades no contrato para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin.

Os membros do governo de Jair Bolsonaro questionaram o recibo – ou ‘invoice‘ – apresentado por Miranda e exibiram uma suposta ‘invoice verdadeira’. O problema, diz Simone Tebet, é que o documento tido como legítimo apresenta uma série de inconsistências, inclusive no inglês.

“O documento ‘verdadeiro’ tem clara comprovação de falsidades. Nós estamos falando de falsidade formulada por alguém. Ele tem a marca e o logotipo desenquadrados, não está alinhado em alguns pontos. E tem inúmeros erros de inglês”, afirmou a senadora.

“Talvez o mais desmoralizante seja o 17. No lugar de ‘price’ [preço, em inglês] está ‘prince’ [príncipe]”, acrescentou.

“O primeiro invoice foi feito pela Madison, corretamente. Esse documento foi elaborado pela Madison? Com tantos erros de inglês? E o mais grave: as doses ali eles colocam que são 300 mil caixas, com 16 ampolas cada, e cada ampola dá para uma dose. Multiplicando por isso, o que o Brasil teria que receber eram 4,8 milhões de doses, e não 3 milhões, como está aqui”, prosseguiu Tebet, que afirmou que o documento “não poderia ter passado pelo Ministério da Saúde”.

A Madison Biotech, empresa com sede em Cingapura mencionada pela senadora, seria a companhia indicada pela Precisa Medicamentos para receber os valores referentes a um adiantamento pelo primeiro lote da vacina indiana.

Tebet ainda questionou “como ninguém visualiza um documento fajuto como esse, apresentado pelo Onyx e pelo Elcio e fotografado por nós e pela imprensa”.

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