Política

Servidores da segurança de Minas Gerais usam bombas em protesto por salários

Os agentes afirmam que o governo de Romeu Zema não cumpriu acordo que previa um reajuste escalonado, com reposição de 41% até 2021

Créditos: Reprodução TV Globo
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Integrantes das forças de segurança pública de Minas Gerais foram às ruas de Belo Horizonte nesta quarta-feira 9 para protestar por recomposição salarial. Durante o ato, que teve início na região central da cidade e posteriormente se dispersou, os servidores fecharam o trânsito e lançaram bombas pelas ruas, descumprindo decisão judicial.

Na terça-feira 8, a 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte proibiu a invasão de prédios públicos e privados, a queima de objetos e o porte e a utilização de armas, foguetes ou bombas durante o protesto, sob pena de multa de 100 mil reais por hora.

Na decisão, o juiz Michel Curi e Silva também barrou a invasão da rampa do Palácio Tiradentes e do centro de convivência da Cidade Administrativa e o acampamento na porta ou nas dependências de prédios públicos ou privados com impedimento de acesso de terceiros.

No ato, os manifestantes hostilizaram jornalistas. Laura França, repórter da TV Band Minas, sofreu um trauma auditivo após uma bomba estourar ao seu lado na Praça da Estação O repórter Caio Tárcia, da Band News, também foi alvo de uma bomba quando acompanhava o protesto.

Band Minas repudiou o episódio em nota e cobrou providências. “Além das bombas, vários policiais, contrariando decisão da Justiça, protestavam armados”, afirmou a emissora ao cobrar a responsabilidade das categorias envolvidas e o acompanhamento do caso pelo governo de Romeu Zema, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Em nota, o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais reforçou que o objetivo do movimento é reivindicar a recomposição das perdas inflacionárias da categoria. Os agentes afirmam que o governo não cumpriu acordo que previa um reajuste escalonado, com reposição salarial de 41% até 2021.

O sindicato também se disse contra os ataques à imprensa e afirmou que “orienta a todos os servidores policiais civis, filiados ou não, para agirem dentro da legalidade. Até o momento, não recebemos nenhuma informação de nenhum dos colegas, policiais civis, praticando tais atos na mobilização”.

Também em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública afirmou que “serão apuradas todas as condutas de servidores que contrariam determinação judicial ou recomendações do Ministério Público de Minas Gerais no tocante à paralisação de atividades ou no que diz respeito a comportamentos inadequados e inaceitáveis durante as manifestações das forças de segurança, realizadas em Belo Horizonte”.

A Polícia Militar é proibida de realizar greve ou participar de qualquer tipo de sindicalização pela Constituição Federal. Desde 2017, policiais civis estaduais e federais, agentes penitenciários e qualquer força de segurança também estão proibido de fazer greve pelo Supremo Tribunal Federal.

Após o primeiro protesto da categoria, em 21 de fevereiro, o governo do estado chegou a anunciar reajuste de 10,06% nos salários de todos os servidores, ativos e inativos. O projeto de lei com a proposta foi enviado para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, mas ainda não começou a tramitar.

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