Senadores dos EUA cobram celeridade de Biden sobre pedidos de investigação contra Bolsonaro

O ex-presidente tenta prolongar estadia na Flórida com novo pedido de visto; congressistas miram, também, eventual pedido de extradição

Jair Bolsonaro e Joe Biden. Fotos: AFP

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Nove senadores do Partido Democrata apresentaram uma resolução em que pedem ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que analise solicitações de investigação por instituições do Brasil em relação aos ataques de 8 de janeiro, inclusive eventuais pedidos de extradição de autoridades brasileiras.

O documento é assinado pelos senadores Robert Menendez, Tim Kaine, Bernie Sanders, Dick Durbin, Ben Cardin, Chris Murphy, Jeanne Shaheen, Jeff Merkley e Chris Van Hollen.

No texto, os congressistas condenam o que chamam de “violenta insurreição”, expressam solidariedade com os brasileiros e dizem apoiar as instituições democráticas do País. Eles também destacam que o processo eleitoral de 2022 foi reconhecido de forma unânime como livre e justo por observadores independentes.

Os autores lembram que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante o ano passado, fez uso de “retórica antidemocrática” e de “alegações infundadas” para insistir na acusação de fraude eleitoral.

Eles reforçam que Bolsonaro chegou a se recusar a passar a faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e “continuou a compartilhar conspirações de fraude eleitoral nas redes sociais”.

A resolução descreve os atos golpistas de 8 de janeiro e lembra que Joe Biden se comprometeu a “apoiar plenamente” as instituições democráticas brasileiras.


Além disso, menciona as investigações das autoridades para punir manifestantes, financiadores e funcionários públicos que colaboraram com os ataques, inclusive para verificar se Bolsonaro tem algum envolvimento.

Ainda não há, porém, um pedido de deportação ou de extradição contra Bolsonaro, embora parlamentares americanos defendam que os Estados Unidos não sirvam de refúgio ao ex-presidente brasileiro.

Em 12 de janeiro, deputados apresentaram uma carta a Biden em que pediram investigações contra Bolsonaro por possível envolvimento nos ataques e que ele revogasse qualquer visto diplomático que o ex-presidente tivesse.

O próprio porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, declarou que Bolsonaro não pode continuar no país com o visto de chefe de Estado.

Bolsonaro foi para os Estados Unidos dias antes da posse de Lula, mas o seu visto expirou no fim de janeiro. No dia 27, ele solicitou um pedido de visto como turista por seis meses. Nesta semana, o ex-presidente começou a dar palestras para apoiadores da extrema direita norte-americana.

Enquanto tenta permanecer na Flórida, ele também demonstra considerar uma candidatura para obter o direito à cidadania na Itália. A um jornal de Milão, o ex-capitão sustentou que pode conquistar o título de acordo com a legislação do país europeu.

Em 10 de fevereiro, Lula deve estar presente nos Estados Unidos para uma reunião com Biden, na qual devem discutir a “promoção da democracia”.

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