Economia
Senado aprova projeto que amplia isenção do Imposto de Renda e pressiona Câmara
Proposta relatada por Renan Calheiros isenta rendas de até R$ 5 mil e cria imposto mínimo para altas rendas; texto do governo segue em tramitação na Câmara sob relatoria de Arthur Lira
A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou nesta quarta-feira 24 um projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até 5 mil reais mensais.
O texto também cria descontos regressivos para rendimentos entre 5.001 e 7 mil reais e passa a incluir um imposto mínimo para rendas anuais superiores a 600 mil, com alíquotas de até 10% sobre ganhos acima de 1,2 milhão de reais.
O texto aprovado retoma um projeto de 2019 protocolado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), mas que havia ficado parado até que Renan Calheiros (MDB-AL) assumiu a presidência da CAE e apresentou sua versão atualizada. A tramitação do projeto ocorre em caráter terminativo na comissão, o que permite que siga diretamente para a Câmara dos Deputados, sem passar pelo plenário do Senado.
A movimentação no Senado ocorre em paralelo à tramitação de um projeto semelhante na Câmara, relatado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), rival político de Renan Calheiros em Alagoas. O texto do governo federal, que também prevê isenção para rendas de até 5 mil reais e redução parcial do IR até 7.350 reais, está com votação marcada no plenário da Câmara para 1º de outubro. A disputa entre os dois congressistas reforça uma corrida pelo protagonismo na pauta econômica de 2025, considerada prioridade pelo governo federal.
Renan Calheiros argumentou que a aprovação do projeto no Senado deve acelerar a votação da proposta do governo na Câmara, ao mesmo tempo em que amplia o poder de consumo das famílias de baixa e média renda e garante uma arrecadação mais justa sobre os contribuintes de maior renda.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.



