Política

Senado aprova PL que facilita privatizações no saneamento básico

Agência Nacional de Águas (ANA) terá a função de estabelecer normas de referência para a regulação dos serviços

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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O Senado Federal aprovou, nesta quinta-feira 6, o projeto de lei que prevê a privatização dos serviços de saneamento básico no Brasil. O autor da matéria, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), foi relator de uma medida provisória (MP 868/2018) sobre o mesmo assunto que perdeu a validade na última segunda-feira 3. O projeto segue agora para a Câmara dos Deputados.

O PL 3261/2019, chamada de Marco Legal do Saneamento Básico, diz que a Agência Nacional de Águas (ANA) terá a função de estabelecer normas de referência para a regulação dos serviços de saneamento. A prestação do serviço por empresas privadas dependeriam de contratos de concessão.

Atualmente, os serviços são prestados pelos estados e municípios, e a ANA é responsável apenas pela regulação do acesso e uso dos recursos hídricos federais.

A expectativa de alguns líderes partidários era obter mais tempo para analisar a matéria, que foi apresentada logo após a MP 868 caducar. Outros senadores argumentaram que a matéria já foi discutida em larga escala, e que, após passar pela Câmara dos Deputados, voltará para o Senado de qualquer maneira para ser avaliada. Também destacaram a situação crítica do saneamento básico no País – apenas 45% do esgoto é tratado, apontam os dados do Instituto Trata Brasil.

Mas a matéria é alvo de críticas. De acordo com alguns parlamentares, a privatização do serviço pode prejudicar os pequenos municípios, economicamente menos atrativos para empresas particulares.

“Não se faz saneamento, e nenhuma empresa privada fará saneamento, se não houver aporte público nos locais de pobreza. Quantos munícipes conseguem pagar? Vai fazer em Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista [as três maiores cidades da Bahia]. Mas o resto, no lugar de aumentar o acesso à água, vai diminuir, porque os prefeitos não bancam porque não têm condição. Ninguém vai investir se não houver taxa de retorno”, afirma o senador Jaques Wagner (PT-BA).

*Com Agência Senado

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