Política

Senado aprova PEC do estado de emergência, que prevê 41 bi para ‘bondades’ em ano eleitoral

A proposta prevê 41,25 bilhões de reais até o fim do ano para a expansão de benefícios sociais

Senado aprova PEC do estado de emergência, que prevê 41 bi para ‘bondades’ em ano eleitoral
Senado aprova PEC do estado de emergência, que prevê 41 bi para ‘bondades’ em ano eleitoral
O relator da PEC dos Combustíveis, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
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O Plenário do Senado aprovou nesta quinta-feira 30, em dois turnom, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que institui estado de emergência até o final do ano para ampliar o pagamento de benefícios sociais. Foram registrados 67 votos a favor do texto e 1 contrário

A PEC prevê 41,25 bilhões de reais até o fim do ano para a expansão do Auxílio Brasil e do vale-gás de cozinha; para a criação de auxílios aos caminhoneiros e taxistas; para financiar a gratuidade de transporte coletivo para idosos; para compensar os estados que concederem créditos tributários para o etanol; e para reforçar o programa Alimenta Brasil.

Esse valor não precisará observar o teto de gastos, a regra de ouro ou os dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal que exigem compensação por aumento de despesa e renúncia de receita.

O reconhecimento de estado de emergência serve para que os pagamentos não violem a legislação eleitoral. A criação de benefícios destinados a pessoas físicas é proibida em ano de eleições. A única exceção é a vigência de estado de emergência (Lei 9.504, de 1997).

Todas as medidas têm duração prevista até o final do ano de 2022.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da minoria, argumentou que, embora o governo Bolsonaro tenha falhado na condução da economia, o desemprego e a miséria são problemas reais e demandam soluções imediatas.

“A economia vai mal, porque a condução da política econômica é desastrosa, e o responsável por essa política econômica reiteradamente se esquiva de suas responsabilidades. Hoje, nós viemos aqui a esse plenário discutir uma emenda constitucional para uma liberação emergencial de quase 40 bilhões de reais para tentar solucionar problemas pré-existentes, e para os quais o Governo Bolsonaro não apenas não apresentou solução como barrou sistematicamente propostas deste Congresso Nacional tendente à busca construtiva por uma solução.”

Prates (PT-RN) e os senadores Paulo Paim (PT-RS), Jaques Wagner (PT-BA), Humberto Costa (PT-PE), Alexandre Silveira (PSD-MG) e Fabiano Contarato (PT-ES) chegaram a apresentar uma emenda para mudar o texto da PEC e retirar a menção do estado de emergência. O senadores argumentaram que a referência a um estado de emergência não encontra respaldo no arcabouço legal vigente, o que prejudicaria o texto ao gerar insegurança sobre a exata extensão da aplicabilidade do dispositivo.

Essas emendas, porém, podem não ser analisadas, já que não tiveram a quantidade de assinaturas necessárias (27).

com informações de Agência Senado e O Globo

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