Política
Sem amparo
A despeito das promessas, somente a Paraíba está pagando auxílio financeiro aos órfãos da Covid-19
A enfermeira obstetra Mayra Pires Lima levava uma vida tranquila com o filho de 12 anos, quando a pandemia da Covid-19 se intensificou e gerou um caos sanitário em Manaus. Em meio à crise de desabastecimento de oxigênio nos hospitais da capital amazonense, a profissional perdeu a irmã, Mariza Pires Lima, de 36 anos, que deixou quatro filhos: uma adolescente de 15, uma criança de 9 e dois gêmeos recém-nascidos. Ao assumir a responsabilidade legal dos sobrinhos, Mayra de repente se viu mãe de mais quatro crianças, e teve sua vida transformada para sempre.
O depoimento da enfermeira foi um dos momentos mais comoventes da CPI da Covid, realizada em 2021. À época, ela denunciou o descaso com os órfãos da pandemia e questionou a ausência de políticas públicas de assistência para essas famílias. Mais de um ano se passou e o Projeto de Lei que tramita no Senado para garantir um auxílio financeiro às crianças e adolescentes que perderam a mãe, o pai ou o responsável legal ainda não saiu do papel. Ou seja, os órfãos da Covid continuam desamparados.
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