Segurança de Carla Zambelli é solto após pagamento de fiança; armas são apreendidas para perícia

Deputada federal reeleita, apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL), sacou uma arma e apontou para um homem na tarde deste sábado no bairro nobre dos Jardins, em São Paulo

Carla Zambelli e segurança perseguem opositor nos Jardins, em São Paulo. Foto: Reprodução/Redes Sociais

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O policial militar, de 46 anos, que fazia a segurança da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) foi preso em flagrante por ter atirado durante uma confusão envolvendo a parlamentar, ocorrida neste sábado, em São Paulo. O PM, que estava de folga no momento, foi solto após o pagamento de fiança.

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Deputada federal reeleita, Zambelli sacou uma arma e apontou para um homem no bairro nobre dos Jardins, em São Paulo. A parlamentar disse que foi hostilizada por “militantes de Lula”. Mas as imagens divulgadas até o momento contrariam a versão da parlamentar.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o policial, a deputada federal e o jornalista foram conduzidos para 78° DP (Jardins) e prestaram depoimento. O caso, segundo o órgão, foi registrado como disparo de arma de fogo, injúria, ameaça e lesão corporal.

Além da prisão, as armas do segurança e da deputada foram apreendidas para perícia e o indiciado foi liberado após pagamento de fiança. Foram solicitados ainda exames periciais ao IC e IML.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que apura todas as circunstâncias ressaltou que a “deputada possui porte de arma e apresentou a documentação.”


“Com relação à resolução 23.669/2021, que nos artigos 154 e 154-A proíbe o transporte de arma de fogo a 100 metros da seção eleitoral nas 48 horas que antecedem o pleito, não havia nenhuma seção eleitoral próxima ao local.”, reforçou a nota da SSP.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o início da confusão. Nas imagens, o jornalista Luan Araújo, um homem negro, discute com Zambelli e seus seguranças.

— Amanhã é Lula, tio. Vocês vão voltar para o bueiro de onde nunca deveriam ter saído, seus filhos da p*** — afirma Araújo.

Ele contou ao GLOBO que saía de um chá de bebê quando ouviu Carla Zambelli dizer “amanhã é Tarcísio”, em referência à possível eleição de Tarcísio de Freitas, candidato bolsonarista ao governo de São Paulo. Araújo disse ter xingado Zambelli nesse momento e defendido voto em Lula, e que a partir de então as pessoas que estavam com a deputada começaram a filmá-lo.

— No fim da discussão, eu disse “te amo, espanhola”, que é a frase do (senador) Omar Aziz na CPI da Covid — afirmou.

Um vídeo mostra Zambelli se desequilibrar e cair nesse momento. Ela levanta rapidamente e corre atrás de Luan, junto com alguns de seus apoiadores. Um deles, que é branco, aparece com uma arma na mão. É possível identificar o som do disparo de uma arma de fogo, mas não há uma imagem do momento do tiro. Araújo é chutado por esse homem.

O apoiador de Lula segue pela Alameda Lorena até entrar num bar na mesma via. Na sequência, é possível ver a deputada chegando no local, com uma arma na mão.

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