Política

Segundo OEA, ideia de perseguição a Lula “colou” no exterior, diz Gilmar

Ministro diz que integrantes da OEA em missão no Brasil para acompanhar as eleições fazem essa avaliação

Presidente da OEA já se encontrou com o chancelar Aloysio Nunes
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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou, nesta quarta-feira (29) que no exterior está consolidada a tese de que a prisão do ex-presidente Lula teve motivações políticas.

Em missão no Brasil para avaliar a lisura do processo eleitoral, funcionários da Organização dos Estados Americanos (OEA) disseram ao ministro que o cenário internacional vê Lula como um preso político.

“Conversei com o pessoal da comissão da OEA, a visão deles é que no exterior colou a ideia de que ele é um perseguido político”, afirmou o ministro.

Mendes disse a jornalistas em entrevista no Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Lula é tratado hoje como um mártir por estar preso em Curitiba – e, por isso, está crescendo nas pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto.

Para o ministro, a suposta vitimização do petista é de responsabilidade do Judiciário e da imprensa. Ele alerta que o mesmo pode acontecer em relação a outros candidatos processados. Mendes disse ainda que quando Lula estava em liberdade não estava tão bem na corrida eleitoral como agora.

“Enquanto ele andava com essa caravana e não sei o que aí, ele tinha 25%. Agora, não. Tá preso em Curitiba, vitimizado. Não estamos percebendo isso, que estamos tentando interferir demais na política? Será que nós somos tolos? É um quadro realmente sem noção. Mas sem noção vocês, sem noção nós, sem noção juízes e promotores — reclamou o ministro”, reclamou o ministro aos jornalistas, segundo informações do jornal O Globo.

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Comitiva estrangeira 

Essa é a primeira vez que as eleições brasileiras serão acompanhadas por uma missão da Organização dos Estados Americanos (OEA). A chefe da missão, Laura Chinchilla, foi recebida na quarta-feira passada (22) pelo presidente Michel Temer no Palácio do Planalto.

A decisão de a OEA enviar uma comitiva para acompanhar as eleições aconteceu depois de convite feito pelo governo brasileiro em setembro de 2017 em parceria com o TSE e com o Itamaraty.

Chinchilla já se reuniu até agora com a presidente Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, com o chanceler Aloysio Nunes Ferreira – encontro que resultou no acordo relativo a privilégios e imunidades dos observadores da OEA para as eleições de outubro -, e a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber

A OEA é uma organização internacional com sede em Washington, nos Estados Unidos, cujos membros são as 35 nações independentes do continente americano. Ela foi fundada 1948, três após a fundação a Organização das Nações Unidas (ONU). 

Dentre os organismos internacionais que versam sobre direito internacional e os tratados políticos entre os países, a OEA frequentemente é associada a posicionar-se de modo mais alinhado ao ponto de vista dos Estados Unidos, e acusada, como no caso da Venezuela, de intervencionismo. 

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