Política
Secretário segue governador, anuncia vasectomia no Twitter, e ganha fama de puxa-saco
Ao lançar programa de contracepção, Tião Viana (PT) anunciou que havia feito operação anticoncepcional e foi seguido por assessores


Virou febre no Acre. No anúncio de um programa estadual de planejamento familiar, o governador Tião Viana (PT-AC) tentou incentivar a população a seguir o próprio exemplo e contou em público que, após o nascimento do terceiro filho, resolveu fazer uma vasectomia, cirugia de contracepção realizada a partir do ligamento dos canais reprodutores masculinos.
O anúncio teve efeito imediato. Ao menos entre os auxiliares do governador. Mal havia feito a revelação e Tião Viana já somava um seguidor no seu primeiro escalão. Foi assim que, quatro dias após o lançamento do programa, o secretário de Comunicação do Governo, Leonildo Rosas, comunicou no Twitter que sua vasectomia havia sido um sucesso.
“Acabei de fazer vasectomia. Sucesso total. Produção de cinco filhos. Médico Alonso Carvalho é grande profissional”, disse no microblog.
A notícia chegou à prefeitura de Rio Branco, também administrada pelo PT. Segundo o jornal Gazeta, Oly Duarte, da assessoria de comunicação da prefeitura, manifestou que ainda não estava preparado para a operação. Mas apoiava o programa. Já o assessor Osmir d’Albuquerque Lima manifestou intenções de fazer a cirurgia.
Foi o suficiente para que a imprensa local fizesse uma série de piadas o que consideram “puxa-saquismo” (com o perdão do trocadinho) manifestado pelos servidores do Estado.
Altino Machado, o blogueiro mais respeitado da região, não perdoou: “No Acre, não basta puxar saco. É necessário cortar o próprio saco.”
O comentário gerou revolta do secretário.
O programa Mulher Cidadã, lançado na sexta-feira 6, disponibiliza atendimento médico no interior do estado. Em ambulâncias, mulheres e homens terão acesso gratuito a métodos contraceptivos. Além disso, o projeto prevê a divulgação dos métodos anticoncepcionais, tanto para mulheres quanto para homens e torná-los acessíveis a população. O Acre é o estado com a mais alta taxa de fecundidade do país, com média 3,2 filhos por mulher, ante 1,8 de estados como São Paulo e Rio de Janeiro, segundo o IBGE.
“Que se uma mulher não puder tomar anticoncepcional, o homem pode fazer a vasectomia. E ninguém vai ser menos homem por isso, isso não diminui nada, esqueçam este tabu”, frisou o vice-governador César Messias O projeto tem apoio das igrejas evangélicas e católicas da região.
Virou febre no Acre. No anúncio de um programa estadual de planejamento familiar, o governador Tião Viana (PT-AC) tentou incentivar a população a seguir o próprio exemplo e contou em público que, após o nascimento do terceiro filho, resolveu fazer uma vasectomia, cirugia de contracepção realizada a partir do ligamento dos canais reprodutores masculinos.
O anúncio teve efeito imediato. Ao menos entre os auxiliares do governador. Mal havia feito a revelação e Tião Viana já somava um seguidor no seu primeiro escalão. Foi assim que, quatro dias após o lançamento do programa, o secretário de Comunicação do Governo, Leonildo Rosas, comunicou no Twitter que sua vasectomia havia sido um sucesso.
“Acabei de fazer vasectomia. Sucesso total. Produção de cinco filhos. Médico Alonso Carvalho é grande profissional”, disse no microblog.
A notícia chegou à prefeitura de Rio Branco, também administrada pelo PT. Segundo o jornal Gazeta, Oly Duarte, da assessoria de comunicação da prefeitura, manifestou que ainda não estava preparado para a operação. Mas apoiava o programa. Já o assessor Osmir d’Albuquerque Lima manifestou intenções de fazer a cirurgia.
Foi o suficiente para que a imprensa local fizesse uma série de piadas o que consideram “puxa-saquismo” (com o perdão do trocadinho) manifestado pelos servidores do Estado.
Altino Machado, o blogueiro mais respeitado da região, não perdoou: “No Acre, não basta puxar saco. É necessário cortar o próprio saco.”
O comentário gerou revolta do secretário.
O programa Mulher Cidadã, lançado na sexta-feira 6, disponibiliza atendimento médico no interior do estado. Em ambulâncias, mulheres e homens terão acesso gratuito a métodos contraceptivos. Além disso, o projeto prevê a divulgação dos métodos anticoncepcionais, tanto para mulheres quanto para homens e torná-los acessíveis a população. O Acre é o estado com a mais alta taxa de fecundidade do país, com média 3,2 filhos por mulher, ante 1,8 de estados como São Paulo e Rio de Janeiro, segundo o IBGE.
“Que se uma mulher não puder tomar anticoncepcional, o homem pode fazer a vasectomia. E ninguém vai ser menos homem por isso, isso não diminui nada, esqueçam este tabu”, frisou o vice-governador César Messias O projeto tem apoio das igrejas evangélicas e católicas da região.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.