Política

Se não tivesse o Centrão, o Brasil seria uma Argentina, diz Lira

O presidente da Câmara avalia que a Casa não foi tão contemplada quanto o Senado na composição ministerial

O presidente da Câmara, Arthur Lira. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), voltou a defender a incorporação de PP e Republicanos à base de apoio ao governo Lula (PT) e afirmou que sem o Centrão, “o Brasil seria uma Argentina”. As declarações foram concedidas nesta segunda-feira 7 durante entrevista à Rádio Mix FM, em Maceió.

Lira negou interesse pessoal em abocanhar mais espaço na Esplanada dos Ministérios, mas defendeu ajustes na atual composição para aprovar matérias importantes no Congresso. O parlamentar também disse considerar que o Senado está mais contemplado pela divisão ministerial do que a Câmara.

“Muitos me tratavam assim: o deputado Arthur Lira é o sustentáculo do governo Bolsonaro. É quem dá sustentação e quem dá apoio. Qual era o ministério que a gente tinha no governo Bolsonaro? Qual era o espaço que a gente tinha? Eu nunca prezei por isso”, disse Lira. “Muitas vezes essas histórias de ‘ah, o Arthur quer a Saúde, o Arthur quer isso, o Centrão quer aquilo’… Primeiro que, se o Brasil não tivesse o Centrão, ele seria uma Argentina.

Para o deputado alagoano, o atual desenho da Esplanada foi projetado para a aprovação da PEC da Transição, votada pelos parlamentares antes de Lula assumir o cargo.

“Ele [Lula] não balanceou ali a Câmara e o Senado. Tem bastante Senado nos ministérios, mas pouca Câmara. Por exemplo, tem partidos com 15, 30 deputados, com três ministérios. Tem partidos com 50 deputados que não têm ministério algum”, alegou o presidente da Câmara. “Então, se o critério do governo, não o nosso, é de acomodação de partidos na Esplanada, ele está desequilibrado.”

O ingresso de lideranças do PP e do Republicanos no primeiro escalão do governo tem sido discutido nas últimas semanas. As legendas do Centrão tentam obter mais espaço na Esplanada, enquanto o Palácio do Planalto vê a composição como uma oportunidade de consolidar sua base de apoio no Congresso.

O partido de Lira, por exemplo, indicou o deputado André Fufuca (MA) para ocupar um ministério com orçamento robusto. Já no Republicanos, a expectativa é que Silvio Costa Filho (PE) seja escolhido para uma pasta na dança das cadeiras.

Mesmo com a entrada dos parlamentares no governo, as siglas sinalizam que não devem aderir formalmente – ao menos neste momento – à base da gestão federal, devido a resistências internas.

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