Política

“Se esquerda se radicalizar, um novo AI-5 pode ser feito”, diz Eduardo Bolsonaro

O filho do presidente afirmou que se a onda de protestos que atinge o Chile chegar ao Brasil, o governo dará uma resposta

Foto: Vinícius Loures/Agência Câmara
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou que um novo AI-5 poderá ser instaurado no Brasil caso a esquerda se radicalize. “A gente em algum momento tem que encarar de frente isso daí. Vai chegar um momento em que a situação será igual no final dos anos 60 no Brasil”, disse o parlamentar referindo-se aos protestos no Chile.

O filho 03 do presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista à jornalista Leda Nagle, que foi publicada em seu canal no YouTube. Quando questionado sobre a participação do Foro de São Paulo nas manifestações chilenas, o parlamentar afirmou que o dinheiro que “banca” os protestos vem das “ditaduras” cubanas e venezuelanas e que se essa onda chegar ao Brasil, o governo dará uma resposta.

“Pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada, pois é uma guerra simétrica”, declarou Eduardo.

O Ato Institucional Número 5 (AI-5) foi o quinto e o mais duro dos 17 grandes decretos emitidos pela ditadura nos anos que se seguiram ao golpe de estado de 1964 no Brasil.

Ele foi assinado pelo presidente Artur da Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968. Isso resultou na perda de mandatos de parlamentares contrários aos militares, intervenções ordenadas pelo presidente nos municípios e estados e também na suspensão de quaisquer garantias constitucionais que eventualmente resultaram na institucionalização da tortura, comumente usada como instrumento pelo Estado.

Homofobia foi criada para atingir Bolsonaro

O deputado fez o papel de bom filho e defendeu seu pai quando questionado sobre ações do governo. Para Eduardo, o “politicamente correto” foi criado para atacar Bolsonaro e integrantes da direita. “Antigamente nem existia essa palavra homofobia. hoje só existe para dizer que Bolsonaro e pessoas de direita são homofóbicas”, declarou.

O 03 também citou o movimento negro como um “perseguidor” de Bolsonaro e integrantes da direita. Para Eduardo, os interesses das revindicações contra o racismo de hoje não são feitas mais para pessoas e, sim, para partidos políticos.

O parlamentar acredita que os grupos de minorias utilizam uma tática nazista para conseguir seguidores. “Eles ficam repetindo a mentira várias vezes até que aquilo se torne verdade”, enfatizou o deputado.

Crise no PSL

Eduardo também comentou sobre a recente crise que atingiu o PSL, no qual ele terminou como líder do partido na Câmara dos Deputados. O filho de Bolsonaro considera traição os parlamentares que votaram contra sua nomeação à liderança. ” Se esses deputados não tiverem o apoio de Bolsonaro, eles não serão nada e vão voltar a serem o que eram antes da eleição”, afirmou Eduardo.

O parlamentar garantiu que não irá sair do partido, pois pretende utilizar o fundo partidário que trouxe junto com seus votos. “O PSL vai ser um partido mais desgastado que o PT se o presidente Jair Bolsonaro sair”, disse.

E sobre a indicação para a embaixada brasileira nos EUA, Eduardo não citou as críticas que o presidente sofreu pela indicação e garantiu que a decisão de ficar partiu dele para “resolver os problemas do governo e de seu partido”.

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