Política

Salles tem sigilo bancário de escritório quebrado em investigação de enriquecimento ilícito

Sigilo bancário do escritório de advocacia do ministro e de sua mãe foram quebrados para apurar patrimônio que pode ter sido ocultado

Foto: Roque de Sá/Agência Senado Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles
Apoie Siga-nos no

O ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles, teve o sigilo bancário de seu escritório de advocacia e das contas de sua mãe, Diva Carvalho de Aquino, quebrado após decisão da 5ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo.

A autorização do juiz Marcos de Lima Porta data de segunda-feira 8 e vem no âmbito da investigação conduzida pela Promotoria do Patrimônio Público de São Paulo, parte do Ministério Público estadual, que apura suspeitas de enriquecimento ilícito de Salles na época em que ele foi secretário do Meio Ambiente do governo de Geraldo Alckmin (PSDB).

As declarações de renda do ministro não dão conta de explicar, segundo o MP-SP, como que seu patrimônio saltou de R$ 1,4 milhão em 2012 para R$ 8,8 milhões em 2018, valores fornecidas por ele mesmo quando tentou candidatura à vereador em 2012 e a deputado federal em 2018. Segundo as investigações, há evidências de ocultação de movimentação financeira proveniente do escritório de advocacia.

“Da análise da movimentação bancária do requerido, percebe-se, com facilidade, que ocultou vultosa movimentação financeira proveniente de recebimento de diversas transferências a crédito dessa sociedade de advogados, estando tal fato a indicar, no mínimo, a existência de indícios de sonegação fiscal, num primeiro momento, e também de recebimento de valores não declarados por intermédio dessa pessoa jurídica aptos a caracterizar provável enriquecimento ilícito e até mesmo crimes de lavagem de dinheiro”, afirmou ainda o Ministério Público segundo documentos divulgados pelo portal G1.

Em nota, Salles que era “lamentável o vazamento seletivo e criminoso de dados e petições” e que não tem nenhum receio da investigação.

O ministro já foi condenado, em dezembro de 2018, por improbidade administrativa por acusações de fraude na elaboração do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental Várzea do Rio Tietê, que também se deram na sua época de secretário de Alckmin.

O juiz considerou que Salles quis beneficiar setores empresariais ligados à Fiesp (Federação das Indústrias de SP) e que, por esse motivo, adulterou mapas do plano estruturado e perseguiu servidores públicos. Tanto ele quanto a Fiesp recorrem da decisão na Justiça.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo