Política
Saída de Cida Gonçalves marca a 12ª troca de ministros de Lula; veja a lista
A assistente social Márcia Lopes, que foi ministra do Desenvolvimento Social em 2010, assumiu o Ministério das Mulheres


A troca no Ministério das Mulheres, oficializada nesta segunda-feira 5, marca a 12ª mudança na Esplanada dos Ministérios na terceira gestão de Lula (PT). Quem entra no lugar de Cida Gonçalves é a assistente social Márcia Lopes, que foi ministra do Desenvolvimento Social em 2010.
A troca ocorre dias depois de o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), deixar o governo em meio à crise das fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social, o INSS.
Paranaense, a nova ministra das Mulheres é formada em Serviço Social pela Universidade Estadual de Londrina (PR), instituição da qual também foi professora. É mestre em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Filiada ao PT desde os anos 1980, Márcio já trabalhou como secretária de Assistência Social da prefeitura de Londrina na década seguinte. Foi eleita vereadora em 2000 e se lançou candidata a prefeita em 2012, mas terminou na terceira colocação.
Também passou por órgãos como o Conselho Nacional de Assistência Social e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, além de ter sido presidenta da Rede de Pobreza e Proteção Social do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Veja as outras mudanças na Esplanada desde o início do mandato de Lula:
Juscelino Filho
Antes da saída de Lupi, a mudança mais recente havia sido a de Juscelino Filho (União), que pediu demissão do Ministério das Comunicações em abril, depois de a Procuradoria-Geral da República denunciá-lo ao Supremo Tribunal Federal em um caso de suposto desvio na destinação de emendas parlamentares no período em que ele era deputado federal.
Alexandre Padilha
Deixou a Secretaria de Relações Institucionais para assumir o Ministério da Saúde e deu lugar a Gleisi Hoffmann na articulação política do governo, em fevereiro de 2025. Padilha era um desafeto declarado do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
Nísia Trindade
Saiu do Ministério da Saúde em fevereiro e foi substituída por Alexandre Padilha. Ela era alvo de pressão de parte do Congresso Nacional por supostamente não ter traquejo político — por exemplo, na hora de liberar verbas. Com orçamento de 218,5 bilhões de reais em 2024, a Saúde é um dos ministérios mais cobiçados pelo Centrão.
Paulo Pimenta
Deixou o comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência em janeiro de 2025, substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira. Semanas antes de demitir Pimenta, Lula já fazia críticas à área, sob a avaliação de que o governo não conseguia transmitir devidamente suas realizações à população.
Silvio Almeida
O então ministro dos Direitos Humanos foi demitido em setembro do ano passado, depois de se tornar alvo de acusações de assédio sexual. Em seu lugar, assumiu Macaé Evaristo (PT).
Flávio Dino
Deixou o comando do Ministério da Justiça para se tornar ministro do Supremo Tribunal Federal em fevereiro de 2024. Foi substituído por Ricardo Lewandowski, ex-STF.
Daniela Carneiro
Foi destituída do Ministério do Turismo para Lula atender a demandas do Centrão e ganhar apoio no Congresso Nacional. Ela deixou o cargo em julho de 2023 e deu lugar ao deputado Celso Sabino (União-PA), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Ana Moser
Em setembro de 2023, perdeu a chefia do Ministério dos Esportes, que passou a ser liderado pelo deputado federal André Fufuca (PP-MA).
Márcio França
Lula optou por deslocá-lo do Ministério de Portos e Aeroportos para o Ministério da Pequena e da Média Empresa, criado no momento da alteração. O cargo do pessebista foi utilizado para atrair o Republicanos, com a nomeação do deputado Silvio Costa Filho (PE).
Gonçalves Dias
O então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional foi o primeiro a deixar o governo. A exoneração aconteceu em abril de 2023, depois de vídeos registrados pelas câmeras de segurança do Palácio do Planalto mostrarem o militar na sede do governo durante os atos golpistas de 8 de Janeiro.
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