Como já havia anunciado na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro demitiu o ministro da educação, Ricardo Vélez. A confirmação veio nesta segunda-feira 8 pelo Twitter do presidente. Junto com o anúncio da demissão, Bolsonaro informou o novo titular da pasta: Abraham Weintraub.
Abraham é professor da Universidade Federal de São Paulo e, desde a eleição, auxilia Jair Bolsonaro como assessor especial. Ele foi um dos nomes indicados para o gabinete de transição e se tornou, junto com seu irmão, Arthur, um dos principais nomes da Casa Civil. Na secretaria executiva, Abraham era o substituto imediato de Onyx Lorenzoni, mas também responsável por endereçar questões relevantes para o governo, de cunho econômico ou de outras áreas.
A ponte de Weintraub com Bolsonaro foi feita pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Os dois se conheceram em um seminário internacional sobre Previdência, realizado no Congresso em março de 2017. O paulistano de 48 anos é formado em economia pela USP e trabalhou durante 18 anos no Banco Votorantim, onde foi de office-boy a economista-chefe e diretor. Demitido, seguiu para a Quest Corretora e, logo depois, deixou a iniciativa privada para se dedicar à licenciatura.
Alguns especialistas da área da educação criticaram a nomeação de Weintraub para o comando da pasta. O argumento principal é o fato de o novo ministro não possuir experiência, nem especialidades, na área da educação e gestão pública. Alguns acreditam, pelo seu currículo, que Weintraub será pró mercado.
#MEC
O novo Ministro da Educação, como tem sido regra na pasta, não entende nada de… EDUCAÇÃO.
O economista Abraham Weintraub, ex-assessor de Onyx Lorenzoni, se dedica à Reforma da Previdência.
A educação nunca foi respeitada no Brasil, mas jamais foi tão desrespeitada.
— Daniel Cara (@DanielCara) 8 de abril de 2019
Vélez cai e já vai tarde
Como previ o ministro foi demitido numa tuitada.
Bolsonaro indica Abraham Weintraub, amigo de Onyx Lorenzoni e extremamente reacionário. Um economista vinculado ao mercado financeiro cuidando da educação? Não pode dar certo!
— Ivan Valente (@IvanValente) 8 de abril de 2019
Ok, já anunciou. Queria saber qual é experiência do Abraham Weintraub na educação, porque não achei nada a respeito. No Lattes dele consta só que é economista, trabalhou em bancos e em empresas de investimentos e tem mestrado sobre rentabilidade de fundos de renda fixa https://t.co/Csp3LEC22h
— Não Aplicável (@nadanovonofront) 8 de abril de 2019
Ensino domiciliar, privatização e cobrança de mensalidade nas universidades públicas. Ninguém melhor do que um especialista em mercado financeiro ligado à bolsa de valores para tocar essa empreitada. Esse é o projeto de Bolsonaro para o MEC: destruir a educação pública.
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) 8 de abril de 2019
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