Política
Rui Costa reafirma intenção de disputar o Senado
Martelo deve ser batido no ano que vem, após uma conversa com o presidente da Lula (PT) e aliados


O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), voltou a reafirmar sua intenção de disputar uma vaga no Senado pela Bahia nas eleições de 2026. Durante entrevista a uma emissora de rádio do estado, nesta terça-feira 7, o auxiliar de Lula afirmou que deve bater o martelo sobre uma possível candidatura no ano que vem, após conversar com o presidente da República e aliados.
“Ano que vem são duas vagas ao Senado, cada estado brasileiro tem duas vagas, e vou colocar meu nome a uma dessas duas vagas. Ocupo o cargo de ministro e, portanto, para ser candidato, tenho que sair do governo até final de março. Até lá vou voltar a conversar com o presidente, com o nosso grupo político para a gente ajustar”, disse o ministro.
A pretensão de Rui, que governou a Bahia por oito anos e saiu do cargo com níveis consideráveis de aprovação, tem acirrado, desde já, uma disputa de bastidor na base do atual mandatário estadual, Jerônimo Rodrigues.
No ano que vem, serão duas vagas em disputa para o Senado em cada estado. Mas os dois representantes do estado na Casa Alta — Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD) — terminam seu mandato em 2026 e já manifestaram o desejo de concorrer à reeleição.
Um cacique petista, ouvido sob reserva, afirma que a sigla tem feito sondagens nas quais o ministro da Casa Civil aparece com mais chances de vitória. De acordo com esse dirigente, a chapa puro sangue (com Rui e Wagner candidatos) ajudaria no desempenho do governador, que aparece em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto divulgadas até o momento.
Para compensar a perda de espaço do PSD, aliado histórico do PT, seria ofertado a vaga de vice de Jerônimo. “Não é o que mais anima, realmente. Mas penso que o senador Otto [Alencar] prefere isso do que romper conosco e com Lula”, admite um integrante da Executiva estadual, ao tratar da composição para 2026.
Um arranjo só com petistas também rifaria o MDB, que hoje ocupa a vice-governadoria com Geraldo Júnior — integrantes do partido passaram a descartar sua permanência na chapa após a derrota na disputa pela prefeitura de Salvador, em 2024. Neste caso, a solução discutida internamente é contemplar os aliados com suplências para o Senado e a presidência da Assembleia Legislativa, além de vagas nos Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios.
O PT está no comando da Bahia há 18 anos, quando desbancou o então PFL, e tenta consolidar a hegemonia no próximo pleito. Mas o cenário pode ser desafiador. Uma pesquisa Quaest divulgada em agosto mostra o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) com 41% das intenções de voto contra 34% de Jerônimo na disputa pelo Palácio de Ondina.
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