Política

Rodrigo Maia: “Denúncia contra Glenn é ameaça à liberdade de imprensa”

Presidente da Câmara destacou que ‘jornalismo não é crime’

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia. (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
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*Reportagem atualizada às 17h52

A denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o jornalista Glenn Greenwald foi classificada como uma “ameaça à liberdade de imprensa” por Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados.

Maia utilizou o Twitter para opinar sobre a denúncia, que foi apresentada nesta terça-feira 21 contra o jornalista e mais seis pessoas, que foram classificadas como parte do grupo hacker que obteve informações de autoridades públicas.

Greenwald, no entanto, foi associado ao crime por, segundo o MPF, ter orientado um dos acusados a apagar as mensagens obtidas. O próprio documento da denúncia, no entanto, traz falas de Glenn que apontam o contrário do alegado pelo MPF. Na visão de Rodrigo Maia, a caso agride a democracia ao criminalizar a atuação de Greenwald. “Jornalismo não é crime. Sem jornalismo livre não há democracia.”, escreveu o presidente da Câmara.

Ao longo da tarde, a repercussão da denúncia contra Glenn gerou comemoração entre políticos críticos à “Vaza Jato”, que expôs diálogos de procuradores, do então juiz Sergio Moro e demais membros da Operação Lava Jato.

 

Do outro lado, o debate alcançou proporções junto a organizações de defesa dos direitos humanos, jornalísticos e veículos internacionais. A maioria posicionou-se crítico à atuação do MPF.

A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) declarou que o MPF faz uma ” interpretação distorcida das conversas do jornalista com sua então fonte” e “tem como único propósito constranger o profissional”. A Anistia Internacional classificou a denúncia como “profundamente grave”.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por meio do seu Observatório da Liberdade de Imprensa, disse em nota que “acompanha com grande preocupação” o caso.”A participação em qualquer delito exige instigação ou colaboração efetiva para sua prática, e nenhuma das mensagens do jornalista incluídas no expediente do MPF indica qualquer desses comportamentos”, diz a OAB.

O The Intercept Brasil, site co-fundado por Glenn, declarou que causa “perplexidade que o Ministério Público Federal se preste a um papel claramente político”.

Greenwald não foi indiciado pela Polícia Federal quando o órgão investigou a ação dos hackers. Além disso, qualquer investigação contra o jornalista estava proibida por decisão de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal. O MPF alega que não investigou Glenn e diz que a denúncia foi baseada em uma ligação do jornalista com um dos investigados.

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