Política

Reunião mostra ‘convergências’, mas não desfaz impasse entre PT e PSB por federação

Um ponto central nas discordâncias – e que voltará a ser debatido – envolve o poder de decisão de cada partido na aliança

Fotos: Lucio Bernardo Jr./ Câmara dos Deputados e PSB/Divulgação
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As cúpulas de PT, PSB, PCdoB e PV voltaram a se reunir, nesta quinta-feira 10, para tratar da federação. Um novo encontro já está agendado para 20 de fevereiro. Participantes elogiam o clima, mas admitem que os principais obstáculos permanecem no caminho, o que demanda uma nova rodada de discussões.

Um ponto central nas discordâncias envolve o poder de decisão de cada partido na federação. No fim de janeiro, uma reunião entre lideranças das quatro legendas levantou a composição de uma assembleia que seria formada por 50 membros, divididos de acordo com o peso de cada sigla na Câmara: 27 do PT, 14 do PSB, 5 do PCdoB e 4 do PV.

Nesta equação não entrariam prefeitos e vereadores, como demanda o PSB. Os socialistas querem a adoção de mecanismos que “impeçam qualquer tipo de hegemonismo nas decisões internas”, como afirmou a bancada do partido na Câmara, em nota divulgada na quarta-feira 9.

Assim, defendem que “a Assembleia de Direção da Federação seja equilibrada e incorpore o peso do número de prefeitos e vereadores de cada partido”.

O deputado Paulo Teixeira (SP), integrante da Executiva Nacional do PT, admitiu a CartaCapital que entre as principais divergências está “o tamanho do percentual para decidir  – nós, do PT, defendemos dois terços”. Segundo ele, porém, o clima da reunião desta quinta foi “muito bom”.

Teixeira também afirmou que, em relação às candidaturas, “a maior divergência está em São Paulo”. No pleito paulista, o PT não considera abrir mão do lançamento de Fernando Haddad, enquanto o PSB não abdica de apresentar o nome de Márcio França. Não há perspectiva de rápida resolução do impasse.

Para o deputado petista, há convergências importantes: “A representação [da federação] apurada na eleição de 2018, as vagas nas chapas estaduais de candidatos medidas pelo tamanho da votação dos partidos nos estados, a ideia de candidatura nata e a ideia de um rodízio na presidência [da assembleia da federação]”.

“Candidatura nata” significa que o partido que governa um estado tem a primazia de indicar o postulante da federação. Isso ocorreu, por exemplo, em Pernambuco, onde o PT concordou em retirar a pré-candidatura de Humberto Costa e endossar o nome a ser apontado pelo PSB, que governa o estado com Paulo Câmara.

Segundo a presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos – também presente na reunião -, os partidos usarão o próximo encontro para “entrar no programa e continuar as rodadas nos estados, que são, na verdade, o principal problema”.

Na quarta 9, o Supremo Tribunal Federal validou as federações partidárias e estendeu até 31 de maio o prazo para que os partidos enviem toda a documentação para formalizar a aliança. Pelo prazo anterior, as siglas teriam de resolver toda a burocracia até o início de março, o que inviabilizaria a união.

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