Política

Renan repudia operação em Alagoas, liga Arthur Lira a ‘Gestapo’ e planeja ofensiva no CNJ

Após o afastamento do governador Paulo Dantas, o senador afirmou que o estado ‘é vítima do uso político da PF e do abuso de autoridades’

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
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O senador Renan Calheiros (MDB-AL) repudiou, nesta terça-feira 11, o afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas, e a operação realizada pela Polícia Federal contra o emedebista.

A autorização para o afastamento e a ação policial partiu da ministra do Superior Tribunal de Justiça Laurita Vaz, que apontou a existência de um esquema de desvio de recursos envolvendo “saques em espécie” por meio de “servidores fantasmas”. Os supostos crimes teriam ocorrido na Assembleia Legislativa de Alagoas sob a presidência de Dantas, entre 2019 e 2021. O total de recursos desviados chegaria a 54 milhões de reais.

Segundo Renan, trata-se de uma operação política.

“Alagoas é vítima do uso político da PF e do abuso de autoridades. Pedi a troca do superintendente, cabo eleitoral de Arthur Lira que sonha com a Gestapo. Lira levou uma surra. Vencemos em 83 cidades, elegemos o senador e temos 60% dos votos no 2º turno (Ibrape)”, escreveu o senador nas redes sociais.

A Gestapo era a polícia secreta oficial da Alemanha Nazista e da faixa da Europa ocupada pelos alemães sob Adolf Hitler.

Renan também planeja acionar o Conselho Nacional de Justiça contra Vaz, sob o argumento de que não é da ministra a competência para decidir sobre o caso. Segundo ele, a investigação “foi parar no STJ por uma armação de Lira e lá perambulou por vários gabinetes até cair nas mãos certas da ministra bolsonarista Laurita Vaz”.

Em 5 de outubro, Renan já havia solicitado ao Tribunal Superior Eleitoral a troca da superintendente da PF em Alagoas, a delegada Juliana Pacheco. No ofício, ele relatou que agentes da corporação teriam invadido um hotel para abordar, sem mandado de busca, o presidente da Assembleia Legislativa do estado, Marcelo Victor (MDB-AL).

Conforme despacho do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, a PF terá de fornecer explicações sobre a abordagem a Victor.

Dantas assumiu o governo de Alagoas em maio deste ano, quando o então governador, Renan Filho (MDB), deixou o cargo para disputar uma vaga no Senado. Apoiado por Renan Calheiros e pelo ex-presidente Lula (PT), Dantas busca a reeleição no segundo turno contra Rodrigo Cunha (União Brasil), aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

A PF cumpriu 31 mandados de busca e apreensão nesta terça. Entre os endereços estão a Assembleia Legislativa, a sede do governo e os imóveis de Dantas e de parentes dele. Segundo a corporação, foram apreendidos 100 mil reais em espécie na casa de Dantas, 14 mil reais com ele em um hotel em São Paulo e 150 mil reais na casa de um cunhado do govenador afastado.

Paulo Dantas lidera a disputa contra Rodrigo Cunha, segundo a nova rodada da pesquisa Real Time Big Data, divulgada nesta terça. Nela, o emedebista aparece com 47% das intenções de voto, ante 33% de Cunha. Nulos e brancos somam 7% e eleitores indecisos ou que preferiram não responder representam 13%.

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