Política

Relatório da PF mostra que ‘Abin paralela’ monitorou o Alexandre de Moraes errado

Um agente de inteligência realizou diversas pesquisas no sistema First Mile para monitorar o homônimo do ministro

Relatório da PF mostra que ‘Abin paralela’ monitorou o Alexandre de Moraes errado
Relatório da PF mostra que ‘Abin paralela’ monitorou o Alexandre de Moraes errado
Ministro Alexandre de Moraes em julgamento da denúncia sobre o núcleo 1 da Pet 12.100. Foto: Antonio Augusto/STF
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O relatório da Polícia Federal que investiga a atuação de uma Abin Paralela no governo de Jair Bolsonaro (PL), tornado público nesta quarta-feira 18, apontou que um funcionário da agência de inteligência monitorou um homônimo de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acreditando ser o ministro do STF.

“O registro, por exemplo, associado à pesquisa de “Alexandre de Moraes” não apresenta nenhuma justificativa, levando à plausibilidade de terem sido realizadas 3 (três) pesquisas do homônimo”, diz o texto.

Conforme a PF, o agente de inteligência realizou diversas pesquisas no sistema First Mile, dentre elas mirando no homônimo de Moraes. O alvo da pesquisa, segundo a PF, reside no estado de São Paulo e era gerente de uma loja na cidade de Barueri.

Ainda conforme a investigação, a pesquisa foi realizada em março de 2019, coincidindo com a instauração do Inquérito 4.781, conhecido como Inquérito das Fake News.

Como funcionava o esquema?

A PF apurou que os servidores da Abin usavam instrumentos adquiridos pela agência durante os governos Bolsonaro e Michel Temer (MDB) para coletar ilegalmente informações e alimentar o chamado “gabinete do ódio”.

O grupo tinha como alvo autoridades do Judiciário, Legislativo e Executivo, além de jornalistas. Entre os alvos da espionagem estavam nomes como do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e dos ex-presidentes da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Maia, além do senador Renan Calheiros (MDB-AL).

O software, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte, foi contratado pela agência com dispensa de licitação por 5,7 milhões no fim de 2018. As investigações apontam que a ferramenta foi utilizada ao longo do governo Bolsonaro até meados de 2021.

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