Política
Relatório da CPI dos Atos Antidemocráticos no DF pede o indiciamento de G.Dias
O documento, que citou mais de 130 pessoas, vai a votação no colegiado


O relatório da CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal pede o indiciamento de mais de 130 pessoas, entre elas o general Gonçalves Dias, que era ministro do Gabinete de Segurança Institucional durante os ataques golpistas de 8 de Janeiro.
Também constam da lista de alvos do relatório o então secretário interino de Segurança Pública do DF, Fernando Souza de Oliveira; a coronel da PM e subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública Cíntia Queiroz de Castro; e o coronel e ex-comandante do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues.
O nome de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública e ex-ministro da Justiça, não foi citado pelo documento. O relator, deputado distrital Hermeto (MDB), justificou que “Torres estava fora do país e Fernando tinha plenos poderes para tomar atitudes.” Também não foi pedido o indiciamento de colegas de farda, presos desde agosto por suspeita de omissão nos ataques contra as sedes dos Três Poderes.
O documento atribui a Gonçalves Dias, Fernando Souza, Cíntia Queiroz e Marcelo Casimiro os crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo à vítima; e deterioração de patrimônio tombado.
O relatório deve ser apresentado por Hermeto nesta quarta-feira 29 aos deputados distritais. Para ser aprovado, o documento precisa ter pelo menos quatro votos favoráveis entre os sete deputados que fazem parte da CPI. São eles: Chico Vigilante (PT) – presidente; Hermeto (MDB) – relator; Fábio Félix (PSOL); Jaqueline Silva (MDB); Joaquim Roriz Neto (PL); Pastor Daniel De Castro (PP) e Robério Negreiros (PSD).
Caso a CPI entenda ser necessário aprofundar as investigações, poderá encaminhar o documento à polícia. Se avaliar que as provas são suficientes, encaminhará o relatório Ministério Público, órgão ao qual caberia, eventualmente, apresentar denúncias.
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