Política

Relatório da CGU escondido por Bolsonaro não aponta fraude eleitoral

Órgão não encontrou “inconsistências no sistema eletrônico de votação”

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Foto: Alan Santos/PR
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Um relatório produzido pela Controladoria Geral da União, em dezembro do ano passado, concluiu que “não foram verificadas inconsistências no sistema eletrônico de votação” no pleito de 2022, em que Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado. 

O documento, elaborado pelo órgão que à época era chefiado por homem de confiança do ex-presidente, nunca chegou a ser divulgado. 

Realizado por ordem de Bolsonaro, o documento foi obtido pelo O Globo via Lei de Acesso à Informação. 

“No âmbito de atuação da CGU como entidade fiscalizadora, considerando o escopo de ação definido pela Controladoria e os instrumentos de fiscalização disponíveis na Resolução TSE nº 23.673/2021 (que trata dos procedimentos de fiscalização e auditoria do sistema eleitoral), não foram verificadas inconsistências no sistema eletrônico de votação entre as situações previstas e as verificadas pelas equipes”, conclui o relatório.

Apesar de o documento estar timbrado pela CGU, não existe nenhuma assinatura. 

O órgão acompanhou de perto os processos eleitorais, principalmente o teste de integridade realizado em urnas aleatórias no dia do pleito. 

Sobre o procedimento, que assegura não existir votos pré-inseridos nos dispositivos de votação e que demonstra que os votos estão sendo contabilizados de maneira correta, o documento afirma que “não foram identificadas inconsistências ou inconformidades na contagem de votos decorrente da comparação entre os Boletins de Urna e o sistema paralelo de votação.”

O relatório aponta, novamente, que o ex-capitão estava ciente de que não havia fraude ou irregularidades nas eleições de 2022. Apesar disso, continua até hoje contestando a confiabilidade do sistema eletrônico de votação. 

À época da elaboração do relatório, a CGU era comandada pelo auditor Wagner Rosário, aliado do ex-presidente e atualmente nomeado controlador-geral do Estado de São Paulo pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). 

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