Educação

Relatora do novo Ensino Médio no Senado critica manobra de Lira em votação da Câmara

Votação do texto substitutivo foi de forma simbólica, ou seja, sem orientação das bancadas e contagem nominal dos votos

Relatora do novo Ensino Médio no Senado critica manobra de Lira em votação da Câmara
Relatora do novo Ensino Médio no Senado critica manobra de Lira em votação da Câmara
Professora Dorinha Seabra (União-TO). Foto: Pedro França/Agência Senado
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A senadora Dorinha (União-TO), relatora do texto do novo Ensino Médio no Senado, criticou a manobra do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), na votação desta terça-feira 9 que aprovou o texto substitutivo do deputado Mendonça Filho (União-PE).

Apesar da pressão de partidos como o PSOL, Lira anunciou que as mudanças dos pontos incorporados pelo relator na Câmara tramitariam por votação simbólica, ou seja, sem orientação das bancadas e contagem nominal dos votos.

Mendonça apresentou um texto substitutivo que recebeu críticas da oposição por ter revertido pontos supostamente pactuados, como a obrigatoriedade do ensino de espanhol. Dorinha lamentou as mudanças aprovadas na Câmara, contrariando posicionamentos de entidades da educação.

“A leitura e posicionamento da maioria das entidades e movimentos, do MEC, foi que o texto do Senado era muito melhor. Mas nem a voto Lira teve coragem de levar. Basta ver a votação, tratorado. Não aceitou nominal“, disse à CartaCapital.

Entre as alterações que deputados tentavam reverter estava a obrigação do ensino médio a ter, no mínimo, 70% da grade como disciplina básica e apenas 30% para os chamados itinerários formativos. Mendonça excluiu esse ponto e, com isso, os itinerários poderão abarcar mais que os 30%.

Glauber Braga (PSOL-RJ) chegou a apresentar uma questão de ordem para cancelar a votação, mas Lira rejeitou imediatamente a demanda. Posteriormente, quando o presidente da Casa já estava fora do plenário, a contestação prosseguiu.

“Uma votação escandalosa, sem orientação e sem ser nominal, com protesto do PSOL. Até agora, não consta no sistema da Câmara a orientação ‘não’ do PSOL’, e isso não pode ser”, disse Fernanda Melchionna (PSOL-RS).

O projeto de lei segue para a sanção do presidente Lula (PT).

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