Política
Rejeitado na gerência da Petrobras, amigo de Bolsonaro ganha outro cargo com mesmo salário
O capitão da reserva Carlos Victor Guerra Nagem agora será assessor do presidente da empresa
Não dá para dizer que Bolsonaro não pense nos amigos. Reprovado na indicação para um cargo de alta gerência na Petrobras sob a benção do presidente, o capitão de reserva Carlos Victor Guerra Nagem agora será assessor do presidente da empresa.
Em janeiro, Nagem havia sido indicado inicialmente à gerência-executiva de Inteligência e Segurança Corporativa (ISC), ligado diretamente à Presidência e com salário de 55 mil reais. No posto anterior que ocupava na Petrobras, faturava em torno de 13 mil reais.
À época, CartaCapital revelou que ele não cumpria os requisitos para o cargo, que exigia ao menos dez anos de experiência gerencial e passagem por determinados cargos dentro da empresa.
Nagem foi reprovado no mês seguinte (na Petrobras, a nomeação está sujeita ao crivo do Conselho de Administração), justamente por não cumprir os requisitos técnicos para o cargo.
Agora, menos de quatro meses depois, ganhou uma cadeira de assessor. Diferente do cargo de gerente-geral, a posição não passa pela aprovação do conselho. O nome pomposo no cartão de visitas foi embora, mas o salário gordo se manteve: os assessores também faturam em torno de 55 mil.
Apoio político e amizade
Bolsonaro e Nagem se conhecem há mais de trinta anos. Há dois, o presidente gravou um vídeo pedindo votos para o amigo, então candidato a vereador de Curitiba pelo PSC, sob a alcunha de Capitão Victor. Um dos versos de seu jingle de campanha era ‘Bolsonaro indicou’.
O apoio daquela época não foi suficiente para eleger o amigo: Nagem recebeu 1.129 votos. O capitão também foi candidato a deputado estadual nas eleições deste ano, obtendo 583 votos.
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