O diplomata Mauro Vieira assumiu oficialmente, nesta segunda-feira 2, o comando do Ministério das Relações Exteriores no governo Lula (PT). Ele afirmou ter pela frente “uma monumental tarefa de reconstruir o nosso patrimônio diplomático”.
O Itamaraty terá um papel fundamental na nova gestão e deverá recuperar a imagem do Brasil no cenário internacional após quatro anos de Jair Bolsonaro (PL) no poder. Alçado à condição de pária ambiental, o País tentará retomar o protagonismo no enfrentamento às mudanças climáticas.
“Só seremos fortes se atuarmos a partir da visão ampla de um país comprometido com o desenvolvimento sustentável, socialmente mais justo, politicamente maduro e reconciliado com suas melhores tradições de diálogo e respeito”, disse Vieira nesta segunda, durante cerimônia em Brasília.
Segundo o novo chanceler, o Brasil esteve “alijado” do cenário internacional nos últimos anos, “por força de uma visão ideológica limitante”. Assim, o desafio é “executar a política externa que reconduzirá o Brasil ao grande palco das relações internacionais”.
Vieira destacou, ainda, um cenário complexo com “tensões entre grandes potências” – uma provável referência a Estados Unidos e China -, “uma guerra dolorosa na Europa” e a emergência climática, “que coloca em perigo o futuro do planeta”.
O novo ministro afirmou ter recebido de Lula a tarefa de “reabrir canais de diálogo” bloqueados nos últimos anos, o que passa por “reconstruir sua inserção em sua própria região”. Também voltou a defender a reforma e a ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, porque “não podemos conviver com estruturas decisórias desatualizadas, que não refletem a contribuição que podem dar ao enfrentamento de desafios comuns”.
Mauro Vieira, de 71 anos, tem experiência no cargo, uma vez que chefiou o Itamaraty no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT). Ex-embaixador do Brasil em Washington, formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele ingressou no Ministério das Relações Exteriores em 1973.
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