‘Querem submeter o Brasil a uma ditadura monetária’, diz Gleisi sobre Campos Neto

Petista criticou presidente do Banco Central por entrevista em que defendeu PEC que amplia autonomia da instituição

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por declarações favoráveis à ampliação da autonomia do Banco Central.

Em postagem na rede social X, Gleisi rechaçou a política adotada por Campos Neto para os juros e disse que a ampliação da autonomia da instituição resultaria em uma “ditadura monetária”.

Governo Lula fez o PIB de 2023 crescer 3 vezes acima das previsões, mas os dados do IBGE demonstram que os juros exorbitantes do BC derrubaram os investimentos e estagnaram o crescimento no segundo semestre. É uma política monetária que segue ameaçando o país, mas a gente não vê uma linha de crítica na mídia sobre isso”, escreveu.

“Segue defendendo taxa de juros acima da realidade, contenção do crédito e ainda aponta os salários melhores como ‘risco’. Querem submeter o Brasil a uma ditadura monetária”, publicou.

A postagem ocorre após o jornal Folha de S. Paulo ter divulgado, neste domingo 3, uma entrevista na qual Campos Neto disse estar disposto para conversar com o governo sobre a possibilidade de ampliar a autonomia do Banco Central por meio de uma proposta de emenda à Constituição.

Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o Congresso Nacional aprovou uma lei que dá autonomia aos Bancos Centrais, sob a justificativa de que a instituição não poderia sofrer pressões políticas para realizar um trabalho técnico de redução da inflação. Na prática, o presidente e os diretores ganharam mandatos independentes e maior imunidade a eventuais demissões pelo governo federal.


A medida, no entanto, desagrada o presidente Lula (PT), porque, segundo o entendimento do petista, o Banco Central não pode estar desalinhado à política econômica que foi vitoriosa nas eleições.

Na entrevista à Folha, Campos Neto disse querer, agora, a “autonomia financeira” do Banco Central.

“A autonomia financeira é um passo no sentido de aprimorar o arcabouço de autonomia do BC”, disse.

Caso a PEC seja aprovada no Congresso, o Banco Central deixaria de ser uma autarquia federal com orçamento vinculado à União para se tornar uma empresa pública com autonomia financeira e orçamentária.

 

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