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Quem vai decidir se vou ou não é Moraes, diz Bolsonaro sobre posse de Trump
O ex-capitão teve seu passaporte apreendido pela Polícia Federal em fevereiro


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira 13 que espera ser convidado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para acompanhar sua posse na Casa Branca em janeiro do ano que vem. Se isso acontecer, acrescentou o ex-capitão, pedirá autorização para viajar ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
“Se for (convidado), vou peticionar ao TSE, para ver se eu posso ir lá acompanhado da esposa. Se não convidar, paciência, tem seus motivos. Acredito que seja convidado. Bem, quem vai decidir se eu vou ou não é Sua Excelência, Alexandre de Moraes”, disse o ex-presidente.
As declarações foram dadas nesta quarta durante cerimônia de posse do deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP) como secretário de Relações Institucionais e Internacionais do PL, em Brasília.
Bolsonaro teve seu passaporte apreendido pela Polícia Federal em fevereiro, no bojo de operação que investiga uma suposta articulação golpista para anular o resultado das eleições presidenciais. A decisão de reter o documento foi chancelada por unanimidade em outubro pela Primeira Turma do STF.
No evento, o ex-capitão ainda reclamou a duração do inquérito sobre a intentona golpista, conduzido por Moraes. “Dois anos para apurar um golpe, não teve nenhuma fotografia de um soldado na rua, de um general levantando a espada, mas eles querem nos aniquilar, querem destruir o PL”.
Antes de Bolsonaro chegar na cerimônia desta quarta, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, retirou-se do local. Os dois estão impedidos de se comunicar por ordem também de Moraes. “É mais um esculacho para cima de mim”, reclamou o ex-presidente.
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