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Quem será a representante do Brasil na posse de Trump
O presidente Lula (PT) não comparecerá. Jair Bolsonaro (PL) quer ir, mas depende de autorização do STF


A embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, representará o governo Lula (PT) na posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, na próxima segunda-feira 20.
Por tradição, os norte-americanos convidam os líderes das missões diplomáticas. Além disso, Lula é um crítico do republicano, que presidiu os Estados Unidos entre 2017 e 2021.
Viotti assumiu suas funções na capital americana em 2023. Antes, foi chefe de gabinete do secretário-geral das Nações Unidas (2017-2021), subsecretária-geral para Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores (2016) e embaixadora do Brasil na Alemanha (2013-2016).
Foi representante permanente do Brasil nas Nações Unidas (2007 a 2013), período no qual chefiou a delegação brasileira no Conselho de Segurança (2010-2011). Ela também presidiu o conselho em fevereiro de 2011.
Anos antes, entre 1993 e 1996, serviu como conselheira na embaixada do Brasil em La Paz, na Bolívia. Viotti se formou em Economia e ingressou no Serviço Exterior Brasileiro em 1976, após se graduar no Instituto Rio Branco.
Bolsonaro quer comparecer, mas depende de Moraes
No último sábado 11, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou que Jair Bolsonaro (PL) comprove ter sido formalmente convidado para a posse de Trump. O ex-presidente solicitou a devolução de seu passaporte, retido pela Justiça.
Antes de dar prosseguimento ao pedido da defesa, sustentou o magistrado, é necessária uma complementação.
“O pedido não veio devidamente instruído com os documentos necessários, uma vez que a mensagem foi enviada para o e-mail do deputado Eduardo Bolsonaro por um endereço não identificado: ‘info@t47inaugural.com info@t47inaugural.com’ e sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado”, respondeu Moraes.
Após a defesa enviar os documentos, Moraes encaminhará o pedido à Procuradoria-Geral da República antes de emitir uma decisão.
A Polícia Federal apreendeu o passaporte de Bolsonaro por ordem de Moraes em 8 de fevereiro do ano passado na Operação Tempus Veritatis, deflagrada para apurar a trama golpista que tentou impedir a posse de Lula (PT) em 2022. Em novembro, a corporação indiciou o ex-capitão por organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Os advogados alegam que a autorização para a viagem não representaria qualquer risco ou prejuízo às investigações e que Bolsonaro pode fornecer detalhes sobre sua agenda, além de protocolar comprovantes de ida e volta.
Em outubro passado, a Primeira Turma do STF rejeitou, por unanimidade, um pedido do ex-presidente pela devolução de seu passaporte.
Após Moraes negar em duas ocasiões a restituição do documento, a defesa recorreu e propôs que, em vez de Bolsonaro ser proibido de deixar o País, tenha de solicitar autorização judicial para se ausentar por mais de sete dias do território nacional.
“Verifico que em suas razões recursais, o recorrente não apresentou qualquer argumento minimamente apto a desconstituir os fundamentos apontados”, disse Moraes em seu voto. “Não há reparo a fazer no entendimento aplicado.”
Segundo o ministro, “o desenrolar dos fatos já demonstrou a possibilidade de tentativa de evasão dos investigados”.
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