Política
Quem são os prefeitos que não conseguiram se reeleger nas capitais
Quatro prefeitos não conseguiram se reeleger já no primeiro turno


O segundo turno das eleições municipais de 2024 foi realizado neste domingo, 27 de outubro, com 15 capitais em disputa. Dos 26 prefeitos de capitais, 20 disputaram a reeleição, um número superior ao registrado em 2020, quando apenas 13 prefeitos tentaram um novo mandato.
O pleito marcou uma alta histórica na taxa de reeleição, com 81% dos prefeitos que buscaram a recondução tendo sucesso, segundo um levantamento da Confederação Nacional de Municípios, que considerou apenas o primeiro turno.
Mesmo com a alta taxa de sucesso, quatro prefeitos não conseguiram se reeleger já no primeiro turno:
- José Sarto (PDT), em Fortaleza;
- Rogério Cruz (Republicanos), em Goiânia;
- Edmilson Rodrigues (PSOL), em Belém (PA); e
- José Pessoa (PRD), em Teresina.
Já no segundo turno, das seis capitais com prefeitos tentando a reeleição, todos conseguiram o aval dos eleitores para mais 4 anos.
Belém
Em Belém (PA), o prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) não conseguiu avançar para o segundo turno nas eleições municipais de 2024, ficando em terceiro lugar com 9,78% dos votos válidos.
Esta foi a terceira vez que Rodrigues concorreu à prefeitura, cargo que ocupou em dois mandatos consecutivos, de 1997 a 2004, quando ainda era filiado ao PT.
Seu governo, desta vez, sofreu com uma série de críticas e insatisfação popular, o que contribuiu para sua derrota já na primeira fase da votação.
A aprovação em seu último ano de mandato foi baixa. Segundo levantamento do Instituto Quaest, divulgado em setembro, apenas 8% dos eleitores aprovam sua gestão, enquanto a desaprovação chega a 73%.
A disputa do segundo turno em Belém agora foi entre Igor Normando, do MDB, e Delegado Éder Mauro, do PL. Normando conquistou o apoio da população da capital paraense, com 56,36% dos votos válidos.
Fortaleza
Em Fortaleza (CE), José Sarto (PDT), no cargo desde 2021, é o primeiro prefeito da capital cearense a não conseguir a reeleição. Sarto terminou a disputa em terceiro lugar, com apenas 11,75% dos votos válidos, resultado que o afastou do segundo turno.
Uma pesquisa Quaest, divulgada em setembro, apontava que 34% dos eleitores de Fortaleza avaliam o governo de Sarto como negativo, e 26% avaliam como positivo. Outros 35% consideram o trabalho do prefeito regular.
A decisão da prefeitura de Fortaleza foi entre André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT), que que liderou o apoio dos eleitores com 50,3%.
Teresina
Em Teresina (PI), o prefeito Dr. Pessoa não conseguiu se reeleger, terminando a disputa em terceiro lugar com apenas 2,21% dos votos válidos.
Médico, professor e político filiado ao Partido Renovação Democrática, Dr. Pessoa enfrentou sérios desafios durante seu mandato, incluindo problemas nas áreas de saúde, educação e coleta de lixo, o que resultou em protestos, paralisações e greves.
Um levantamento realizado em agosto pelo Instituto Quaest mostrou que o prefeito tinha 84% de rejeição entre os candidatos da capital piauiense.
Com sua saída, Teresina elegeu um novo prefeito: Silvio Mendes (União), que conquistou 239.848 votos, representando 52,19% do total de votos válidos.
Goiânia
Em Goiânia (GO), Rogério Cruz (Republicanos) não conseguiu se reeleger e terminou a eleição em penúltimo lugar, recebendo apenas 3,14% dos votos válidos.
Cruz, que é radialista e pastor evangélico, assumiu a prefeitura após a morte do então prefeito Maguito Vilela, em 2021, mas enfrentou uma forte rejeição por parte da população durante seu mandato.
Seu governo era reprovado por 53% dos goianienses, aprovado por 17% e considerado regular por 23%, aponta a pesquisa Quaest divulgada em setembro.
O segundo turno foi disputado entre Fred Rodrigues (PL), que obteve 44,47% dos votos, e Mabel (União Brasil), com 55,53%.
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