Política

Quem são os candidatos mais ricos que disputam os governos estaduais

Do top 10, quatro daqueles que pleiteiam administrar algum estado ou o DF investiram parte dos seus milhões na própria campanha eleitoral.

João Doria (PSDB), de SP, Mauro Mendes (DEM), do MT, e Ibaneis (MDB), do DF, são os candidatos mais ricos
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As eleições estaduais do país contam com 199 candidatos aos governos de estado e do Distrito Federal em 2018, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. Desse número, 80 fazem parte da privilegiada casta de milionários frente a uma sociedade com renda média 1.268 reais. A partir desses dados, CartaCapital fez um ranking dos dez candidatos ao governo mais ricos em todo País e outro ranking dividido por estados.

Em 1º lugar está João Doria (PSDB), ex-prefeito de São Paulo que abandonou o cargo em menos de dois anos de mandato para concorrer ao governo do Estado. O tucano possui 190 milhões de reais em bens, de acordo com o que declarou para o tribunal. A maior parte de seu patrimônio são de ações: um montante de 121 milhões. Outros quase 49 milhões são créditos das quotas da CFJ Participações S/A, empresa da qual o tucano é sócio. Um valor expressivo também vem de dois imóveis que possui na capital paulista, uma soma de 17,3 milhões.

Visualização candidatos ao governo mais ricos

De acordo com a última pesquisa Ibope, Doria possui 20% da intenção de votos no Estado. Sua rejeição é de 35%.

Já o candidato ao governo do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), é o 2º colocado entre os mais ricos nos pleitos estaduais, com bens avaliados em 114 milhões de reais. Empresário, assim como Dória, também concentra seus bens em ações: 105,7 milhões. Menos transparente que outros que estão no topo do ranking, o demista declarou 3,34 milhões como “outros bens e direitos”, sem especificar do que se trata.

Ele foi eleito prefeito de Cuiabá em 2012, mas não quis tentar a reeleição no pleito seguinte sob o argumento de que iria se dedicar aos negócios. Antes, porém, tentou o governo estadual em 2010 sem sucesso. Último levantamento do Ibope o aponta liderando a preferência do eleitorado, com 32% das intenções de voto. Sua rejeição é de 18%.

O advogado Ibaneis, que pleiteia a administração do Distrito Federal pelo MDB, cai na casa dos 8 dígitos, mas está longe de não ser um milionário, com seus 94 milhões de reais em bens (3º lugar). Do total, 65,7 milhões são créditos decorrentes de empréstimo. Primeira vez que busca um cargo político, ele foi presidente da OAB-DF e hoje é conselheiro federal e corregedor-geral da instituição nacional.

Faltando pouco mais de um mês para o voto, o advogado parece ter poucas chances na disputa, com apenas 2% das intenções do eleitorado, segundo a última pesquisa Ibope.

Em 4º lugar está o emedebista Marcelo Trindade, candidato do partido Novo no Rio de Janeiro, que soma um valor próximo a 83 milhões de reais. O ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários e advogado tem a maior parte de seus bens aplicados em fundos e investimentos (20,2 milhões) e em ações (17,6 milhões).  Entre imóveis e terrenos seu patrimônio chega a 15 milhões.

Trindade entrou na disputa no meio do jogo e tem só 1% das intenções de votos, segundo o Ibope. Ele foi escolhido pelo partido para substituir Bernardinho, o técnico de vôlei da seleção brasileira, que desistiu de ser candidato.

Outro membro do partido Novo e o 5º mais rico entre candidatos a governos estaduais é Romeu Zema, com 69,8 milhões de reais. Presidente de um conglomerado familiar dono de um 400 lojas no estado mineiro, ele disputa uma eleição pela primeira vez no cargo de governador. A maioria de seus bens, 67 milhões, são provenientes de ações. Na intenção de votos em Minas, Zema tem 5% de preferências.

Do quinto ao décimo lugar do ranking estão candidatos com menos de 40 milhões de reais, mas que seguem na casta dos milionários.

Reinaldo Azambuja (PSDB), no Mato Grosso do Sul, disputará a reeleição e é o sexto mais rico no top 10, com quase 39 milhões de reais. Em seguida aparece Mateus Bandeira (Novo), ex-secretário de Planejamento e Gestão do Rio Grande do Sul, com pouco mais de 25 milhões, e o empresário Paulo Skaf (MDB), por São Paulo, com cerca de 24 milhões. O paulistano tentou em eleições passadas cargos tanto para prefeito como para governador, sem êxitos.

Na sequência, vem o ex-presidente Fernando Collor (PTC), que busca o cargo de governador em Alagoas. Seus bens somam 20,7 milhões de reais. Por último, no 10° lugar está o professor Aridelmo Teixeira (PTB), com a soma de R$ 17,3 milhões, que briga pelo governo do Espírito Santos.

Bens no exterior

Entre os 10 candidatos mais ricos, dois deles declararam contas no exterior. Foram João Doria, com uma conta nos EUA, com 439,8 mil de reais; e Marcelo Trindade (435,9 mil), sem especificar o país onde o dinheiro está investido.

Gênero

Dentro das 80 candidaturas milionárias, apenas quatro são de mulheres. A primeira Roseana Sarney, do MDB-MA, com 11,4 milhões de reais, seguida de Eliana Pedrosa, do PROS-DF, com 4,3 milhões, Fátima Souza, do PSOL-DF, com 3,3 mihões de reais, e Célia Sacramento, da Rede-BA, com 1,2 milhão.

Autofinanciamento

Dos dez mais bem colocados, quatro deles colocaram a mão do próprio bolso para financiar sua própria candidatura e, inclusive, ajudar seus partidos.

O mais ousado foi Ibaneis (3º mais rico) que já gastou 1,2 milhão de reais na disputa pelo governo do Distrito Federal. Generoso, o emedebista também destinou 270 mil para o direção estadual do MDB do DF e 300 mil para a direção estadual do PP. O curioso é que seu vice não é do PP, mas do Avante. A legenda beneficiada, porém, compõe sua coligação.

Marcelo Trindade (4º no ranking nacional) se autofinanciou com 665 mil reais na primeira semana de campanha. Já Mateus Bandeira gastou 200 mil na própria campanha até o momento.

Mais modesto foi Romeu Zema que destinou a si próprio 7 mil reais, que representa 100% dos seus gastos nos primeiros sete dias de campanha.

Doria, que investiu R$ 4,4 milhões em sua própria campanha para Prefeito de São Paulo em 2016, por ora, não abriu a carteira. Talvez o tucano aposte no seu capital eleitoral e deixe as contas para o próprio PSDB pagar.

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