Política
Quem são os 14 deputados denunciados por motim bolsonarista na Câmara
As representações contra os parlamentares que ocuparam a Mesa Diretora e impediram os trabalhos na Câmara foram enviadas à Corregedoria


Um grupo de 14 deputados foi denunciado, na última sexta-feira 8, por participação no motim bolsonarista que impediu os trabalhos da Câmara no início da semana passada. O grupo tomou a Mesa Diretora e obstruiu o início das votações para pressionar pela tramitação de um pacote de medidas que visam anistiar golpistas, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As representações contra os 14 parlamentares foram enviadas por Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, à Corregedoria. A análise dos casos começa nos próximos dias. A expectativa é de que ao menos parte do grupo receba uma suspensão.
A lista de 14 parlamentares levadas por Motta à Corregedoria, em maioria, é formada por membros do PL. Há, na lista, apenas dois parlamentares de outros partidos: Marcel van Hattem, do Novo, e Allan Garcês, do PP. Veja a relação completa de denunciados pelo motim:
- Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)
Os mesmos homens que veem suas esposas e filhas como propriedades, apoiam absurdos como o PL 1904/24, proposto por Sóstenes Cavalcante (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)
- Nikolas Ferreira (PL-MG)
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
- Tenente-coronel Zucco (PL-RS)
Zucco é integrante da tropa de choque bolsonarista – Foto: Gilmar Félix/Câmara dos Deputados
- Allan Garcês (PP-MA)
O deputado federal Allan Garcês. Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
- Caroline De Toni (PL-SC)
A bolsonarista Caroline De Toni.
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
- Pastor Marco Feliciano (PL-SP)
O deputado federal Marco Feliciano. Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
- Domingos Sávio (PL-MG)
O deputado federal Domingos Sávio (PL-MG). Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
- Marcel van Hattem (Novo-RS)
O deputado federal Marcel Van Hattem. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
- Zé Trovão (PL-SC)
O deputado bolsonarista Zé Trovão. Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Bia Kicis (PL-DF)
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF). Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados
- Carlos Jordy (PL-RJ)
Deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) foi alvo da Operação Lesa Pátria. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
- Paulo Bilynskyj (PL-SP)
Paulo Bilynskyj (PL-SP) relatou nova proposta que tenta reduzir barreiras para a compra de armas de fogo.
Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
- Marcos Pollon (PL-MS)
O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS). Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
- Júlia Zanatta (PL-SC)
Deputada federal Julia Zanatta (PL-SC). Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados
Próximos passos
A Corregedoria é a primeira etapa para uma possível punição aos parlamentares. Cabe ao órgão, presidido por Daniel Coronel (PSD-BA), fazer uma análise dos casos em até 48 horas (a contar desta segunda-feira, dia em que foi oficialmente notificada) e sinalizar à Mesa Diretora se concorda ou não com os procedimentos. O corregedor informou que pretende se reunir com Motta antes de iniciar os trabalhos.
Só depois de fechada essa primeira etapa é que os líderes da Câmara definem se as representações serão enviadas ao Conselho de Ética, colegiado responsável por definir eventuais punições.
Acordo frágil
O motim bolsonarista no alvo da Câmara durou cerca de 30 horas e impediu os trabalhos parlamentares durante dois dias. O grupo foi desmobilizado após um acordo entre Motta e a oposição para a tramitação de projetos de interesse do grupo. O acerto, porém, é considerado frágil e o presidente da Casa já sinalizou baixa disposição em votar o chamado ‘pacote de paz’ proposto por bolsonaristas, conforme mostrou CartaCapital.
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