O presidente Jair Bolsonaro comentou, na tarde desta quinta-feira 31, sobre a fala de seu filho e deputado Eduardo Bolsonaro sobre um “novo AI-5” no País. “Quem quer que seja que fale em AI5 está sonhando. Está sonhando. Está sonhando. Não quero nem ver notícia nesse sentido aí”, declarou.
O presidente também se isentou de defender ou atacar o filho sobre explicações. “Cobrem vocês dele. Ele é independente. Se ele falou isso, não estou sabendo, lamento.”, disse.
Eduardo Bolsonaro concedeu uma entrevista à jornalista Leda Nagle, divulgada nesta quinta-feira 31, e declarou que um novo AI-5 “poderia ser instaurado em caso de radicalização da esquerda no País”.
Depois, Eduardo chegou a relembrar o voto de seu pai no impeachment de Dilma Rouseff quando Jair ainda era deputado federal: ele exaltou Carlos Alberto Ustra, torturador condenado pelo Estado brasileiro.
O Ato Institucional Número 5 (AI-5) foi o quinto e o mais duro dos 17 grandes decretos emitidos pela ditadura nos anos que se seguiram ao golpe de estado de 1964 no Brasil.
Ele foi assinado pelo presidente Artur da Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968. Isso resultou na perda de mandatos de parlamentares contrários aos militares, intervenções ordenadas pelo presidente nos municípios e estados e também na suspensão de quaisquer garantias constitucionais que eventualmente resultaram na institucionalização da tortura, comumente usada como instrumento pelo Estado.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login